O que significa cidade para você?
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A definição e conceituação do termo cidade, muito discutido no século XIX, trazia a mesa vários aspectos, como a homogeneidade social, étnica e de crenças, questão da posse de um território, defesa e divisão do trabalho como alicerces para o surgimento das cidades.
Analisado sob vários prismas, pesquisadores em sua grande maioria concordam que o conceito de cidade é tão complexo quanto as causas de sua origem, formação e dissolução, e portanto não pode ser estudado considerando apenas a racionalidade em suas premissas e consequências.
A Revolução Industrial do século XIX europeu conduziu a sociedade ocidental a uma urbanização acelerada dos núcleos sociais. O desenvolvimento ocasionado na época criou condições para que cada vez mais pessoas vivessem e trabalhassem no mesmo assentamento, as cidades. Assim, sedimentou-se o conceito de cidade como espaço urbano, local com muitas construções, vias de comunicação e sistemas de armazenamento e escoamento de água.
Hoje, 2 séculos para frente talvez ainda não tenhamos esgotado toda a significação para o termo cidade, mas com toda certeza avançamos para um patamar mais alto, saímos da construção das cidades e chegamos no lugar das cidades inteligentes. Cidades onde as conexões trazem eficiência e melhor qualidade de vida, cidades onde levantamos bandeiras contra o desperdício e a favor do cuidado com o próximo e o meio ambiente.
E o que dizer sobre os avanços das empresas, dos cidadãos, dos investidores?
Sabemos que quando olhamos para o Brasil amargamos 40 anos de estagnação dos investimentos. Parece que a população brasileira não está muito atenta para isso, pelo menos nos discursos dos últimos candidatos ao mais alto cargo do executivo, a Presidência da República, não se viu nenhum deles apontar essa agenda com fervor, talvez não seja a fala que mais atraia a atenção dos eleitores, pelo menos ainda...
Contudo ainda há esperança, principalmente quando pensamos em investimentos provenientes do setor privado. As questões ESG (sigla em inglês para environment, social and governance) têm sido discutidas, debatidas, enfrentadas pelas empresas desse setor e inclusive vem sendo apontadas como essenciais para alavancar a sede dos investidores.
Segundo a consultoria Jeito Certo, as organizações que não se envolverem com questões de meio ambiente, sociais e de governança tendem não só à estagnação (tendo como uma das principais causas a falta de investimentos), como a extinção. Logo, todo esse debate e busca por adequações e soluções socioambientais tem despertado o interesse dos investidores, cito como exemplo o investimento em Biogás.
Infelizmente em nosso país ainda há um ambiente de muita insegurança política e jurídica, mas as empresas do setor privado devem seguir novos rumos.
Destaco como primeiro rumo a definição do propósito, não é mais permitido em 2021 uma empresa existir para ter lucro apenas. Empresas existem para cumprirem determinados propósitos, sejam eles solucionar questões, dores, necessidades, alavancar possibilidades de melhorias e realizar inspirações. Uma empresa sem propósito é como uma alma sem corpo, dificilmente podemos enxergá-la, ela não se faz presente.
O segundo rumo seria social, as empresas precisam se engajar com as questões do meio ambiente. Não são mais toleradas agressões que, embora possam não destruir o hoje, acabam com os sonhos do amanhã. Desmatamentos, poluições, desrespeitos à fauna e à flora. Empresas que crescem são empresas que apresentam seus projetos, não apenas de zelo com o meio ambiente, mas também de contribuição para o futuro. Não basta ser socialmente responsável, tem que ser socialmente ativo. Não basta não danificar, tem que ajudar a manter e sempre que necessário reconstruir.
Por fim, o terceiro rumo é o da governança. As empresas precisam ter políticas bem desenhadas e estruturadas, não apenas com manuais de conduta, códigos de ética, etc, mas balizadas com o exemplo de suas lideranças, líderes que são verdadeiros espelhos e sponsors para os seus colaboradores. As políticas devem nascer através do próprio comportamento e do proceder da liderança e de suas equipes, fundamentadas através da prática de uma excelente comunicação entre líderes, colaboradores e stakeholders.
Conversando com Cristiana Aguiar, especialista no tema, fiquei impactado com sua afirmação de que empresas que se comunicam com eficiência trazem retornos até 47% mais altos. Cristiana também falou a respeito dos ganhos de produtividade quando se promove ambientes de confiança nas organizações, todos sempre pautados por conversas empáticas que geram uma atmosfera de segurança psicológica, imprescindível para a criatividade e inovação, skills tão necessárias para as empresas que desejam crescer.
Cidades inteligentes são compostas por empresas inteligentes formadas por cidadãos inteligentes que se engajam em grandes realizações através de atitudes particulares.
Gostou desse assunto? Tem algum projeto que auxilie na melhoria de sua cidade? Mande um e-mail e vamos conversar.