A Cúpula do Clima e as soluções nacionais

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Por RICARDO SALLES

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O Brasil produziu em 2020 32,4 bilhões de litros de etanol, enquanto nos EUA foram produzidos 60 bilhões de litros. Respondemos por menos de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, isso mostra que falta pouco para chegarmos a zero em emissão e despontarmos como uma potência agroambiental.

Participei recentemente de um debate muito enriquecedor promovido pela Fenemi Brasil onde o etanol veio à pauta como um promissor instrumento na busca de soluções ambientalmente adequadas, não apenas para o presente, mas também para o futuro.

O Etanol começou a ser usado como combustível na década de 20, onde a Ford já tinha em sua linha de produção o famoso Modelo T, com motor de quatro cilindros em linha, 2.894 cm³, 17 cv de potência, movido a este biocombustível.

Durante a segunda guerra mundial, a Alemanha fez uso deste biocombustível produzido através da beterraba.

Na década de 70, motivado pela guerra do petróleo, o Brasil se reinventou e lançou o Proálcool. Em 1979, a Fiat colocava um veículo no mercado, era o FIAT 147 , o qual tinha motor 1.3 de 70 cv e 11,5 kgfm. Era o início de uma nova indústria no Brasil, que precisava inovar para se destacar. Excelente estratégia, hoje a FIAT é conhecida como inovadora e parceira do país. Como consequência, colhe os louros tendo um dos veículos mais vendido por aqui hoje, o Fiat Strada, com mais de 10.ooo unidades/mês. Atualmente, os veículos movidos a etanol, os flex, chegam a ser equipados no Brasil com motores 2.0 de até 192cv, como é o caso da BMW.

Com uma ação coordenada, em um momento em que o milagre econômico incentivava investimentos, o Brasil veio crescendo sua produção dos então 2 milhões de metros cúbicos por ano. Nos dias atuais, esta marca é cumprida apenas nas regiões Norte e Nordeste.

O Etanol é uma marca brasileira e deveria ter denominação de origem. Precisamos nos valorizar e reconhecer que os brasileiros são criativos, empreendedores e podem ajudar muito nesta escalada de cuidados com meio ambiente e consequentemente na preservação da vida.

Uma solução que está sendo potencializada pela engenharia brasileira é a geração da energia elétrica com a utilização do etanol em veículos. Esse sistema, combinado com a eficiência dos motores elétricos, dá aos furgões da Nissan uma autonomia acima dos 600 km, com apenas 30 litros de etanol.

Veículos movidos a SOFC – Solid Oxide Fuel Cell (célula de combustível de óxido sólido) são o caminho natural da evolução, afirma Roberto Hollanda Filho, presidente da BioSul - Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul -, levando em conta que esta solução evita o custo e risco do armazenamento de hidrogênio em estações de abastecimento ou nos tanques dos veículos, aproveita a estrutura de abastecimento existente hoje no Brasil e incrementa o emprego e renda.

Entenda a tecnologia assistindo ao vídeo

Portaria MME nº 122, de 23 de março de 2020 regulamenta a emissão, a escrituração, o registro, a negociação e a aposentadoria do CBIO, que é comercializado pela B3 S.A. desde junho de 2020.
Sem dúvida alguma temos uma jornada de grandes conquistas pela frente, na redução de gases poluentes, na utilização de energia limpa e consequentemente na edificação e consolidação das cidades inteligentes. Nosso desafio é a perseverança, as boas práticas e a interação entre os setores público e o privado.

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