Crise hídrica, o horário de ponta e a gestão energética

Estamos hoje salvos pela frustração da demanda que se estima na casa de 7.000MW médios. A principal matriz energética do Brasil é a hidráulica e as demais, ainda em crescimento, não têm a participação que deveriam ter

Por RICARDO SALLES

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Estamos no momento de repensar não só a nossa matriz energética e a capacidade instalada, mas também a forma que consumimos esta energia. Não vamos criar condições inteligentes nas cidades, fomentando a capacidade de geração de emprego e renda, sem que tenhamos energia, sem que esta energia esteja alinhada às práticas ESG (sigla em inglês para environment, social and governance).

Há ainda um outro ponto extremamente sensível, o horário de ponta, aquele com maior consumo simultâneo de energia. No Brasil convencionou-se que o horário de ponta está entre 18h e 21h, exclusos sábados, domingos e feriados. Aqui um fato de grande relevância, constatado em 30 de janeiro de 2019, atingimos o pico de 92.150GW às 15:50h (ONS). Como assim, o horário de ponta não é entre 18h e 21h? Sim, este é o convencionado. A indústria e o comércio estavam neste horário a plena carga e as concessionárias os incentivando a consumir (custo do Kw/h menor por convencionar-se que não é gargalo).

Como alternativas, podemos considerar a flexibilização do horário de ponta, aumento da capacidade instalada, análise de geração na ponta para que o sistema não caia provocando os temidos apagões e eficientização dos sistemas.

Por que não agirmos em todas estas frentes? Temos pouco tempo e qualquer ação de infraestrutura é cara e demanda tempo, tempo que não temos. Precisamos nos preparar como país para que o ambiente de negócios seja favorável aos investimentos e sem energia nada funciona.

Fazendo uma análise rápida, os sistemas de ar-condicionado são vilões deste consumo, principalmente em nosso país tropical.

Vamos entender um pouco mais como é o sistema de ar-condicionado e o que o faz ser este vilão, a partir daí, vamos ver como podemos torná-lo mais eficiente ou mesmo mais adequado ao momento que vivemos.

Somos um país com uma baixa pegada de carbono, temos a energia mais limpa do mundo, mas temos muito a avançar na eficientização de sistemas. Precisamos começar a pensar em estratégias de governo com criação de incentivos.

Gosta do assunto e quer sugerir algum tema? Quer apresentar um projeto inteligente para cidades? Envie um e-mail e vamos conversar.