Cidades Inteligentes

Por Ricardo Salles

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CIDADES INTELIGENTES

Aeroportos

Metaverso substituindo as viagens de negócios. Cidades-aeroporto como resposta a velocidade na logística

Publicado em 06/05/2022 às 13:06

Alterado em 06/05/2022 às 13:53

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A transformação da sociedade alcançou os aeroportos, vetores importantes no desenvolvimento das cidades, ainda mais as candidatas a inteligentes. Estes vêm sofrendo com a substituição das reuniões presenciais pelas virtuais, aí é que entra a virtualização. O metaverso é só uma das novas ferramentas neste novo e eficaz mundo dos negócios.

Você pode simular sua presença em outro local, mas as mercadorias compradas no mundo virtual (principalmente) aceleram as demandas de cargas, parte esta que já é a mais lucrativa e tende a crescer cada vez mais. As compras a cada dia saem mais das lojas físicas e o mundo passa a ser o shopping das pessoas e das empresas, sendo a internet o meio e as rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, a parte logística que têm feito estas mercadorias chegarem até você.

Há 10 anos surge um conceito que ressignifica um hub aeroportuário, a aerotrópolis. John D. Kasarda, em sua tese, traz a visão de que aeroportos começam a adotar o modelo de cidade-aeroporto, desenvolvendo terminais em seu entorno. Aeroportos, passam a assumir uma condição de distrito comercial/industrial, onde a logística é o tema central.

Um dos principais aeroportos do Brasil é hoje o foco de nossa atenção, o Galeão, pois além de sua centralidade, está dentro da Baía de Guanabara, com uma área bem extensa e com todas as condições para se adaptar às transformações necessárias.

Os três níveis de governo devem se unir a iniciativa privada em prol do desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população. Podemos observar nas imagens a seguir que em um raio de 200km há uma pequena interseção entre os três principais aeroportos internacionais brasileiros, o de Guarulhos-São Paulo, o de Viracopos-Campinas SP, o de Confins-Minas Gerais e o famoso Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro.

O Aeroporto do Rio de Janeiro, além do potencial de passageiros de turismo, é um grande hub de cargas, muito facilitado pela localização e a intermodalidade. Como exemplo, podemos imaginar que as cargas que chegam pelas aeronaves podem ser redistribuídas por cabotagem.


Macaque in the trees
Posicionamento dos principais aeroportos do Brasil com raio de 200km (Foto: Google Earth)

 

Macaque in the trees
Intercessão do raio de 200km entre os 3 principais aeroportos internacionais do Brasil (Foto: Google Earth)

 

Macaque in the trees
Aeroporto Antonio Carlos Jobim (Foto: Ricardo Salles)

 

Considerando que o turismo de negócios caiu e sofre para se recuperar, e que o de lazer tende a crescer, precisaremos observar mais atentamente e entender como será a nossa interação a partir deste cenário.

Quais os motivos que nos levarão a uma interação pessoal, seja no trabalho ou mesmo em família? O que nos motivará a nos mover de um lado para o outro? Quais as experiências que só viveremos presencialmente e quais as que poderão ser experimentadas pelas videoconferências, ou até mesmo em uma imersão holográfica?

As experiências presenciais estão relacionadas a algumas modalidades de turismo, a cultural, ao ecoturismo, ao rural, ao de esportes e de aventura, ao de sol e praia e ao de saúde. São esses os que têm o maior potencial de crescimento. Temos buscado mais e mais qualidade de vida.

Já por outro lado, experiências presencias de negócios e eventos tendem a diminuir. Grande parte destas já foram para o mundo virtual e de lá não voltarão.

Shows acontecerão na sala de sua casa, onde quer que ela esteja. O 5G é o meio que viabilizará isso tudo, e daí em diante o Rock será in home.

 

Macaque in the trees
. (Foto: Light Field Lab/divulgação)

 

Macaque in the trees
. (Foto: Light Field Lab/divulgação)

 

 

Os gestores de aeroportos, antes de pensar em tecnologias avançadas, precisam entender rapidamente a nova realidade e o que atrairá o público, a arquitetura e o design passam a ser aliados fundamentais . Um bom exemplo é o aplicado em Singapura, o qual recebe anualmente um público de quase 60 milhões de passageiros.

Sabemos que grande parte de turismo de negócios, mesmo assim, é muito maior que o do Brasil. O vídeo abaixo exemplifica esta aventura que começa quando você põe o pé no aeroporto. Ali você pode, tanto na partida, quanto na chegada, ter os primeiros contatos mais imersivos com seu destino. Assista o vídeo a seguir e entenda como.

 

 

As aeronaves e os aeroportos ainda deixam uma importante pegada de carbono e estes podem e devem contribuir para descarbonização. Um bom caminho é a adoção do uso de energias limpas que contribuam com a economia circular. A eficientização dos sistemas de ar-condicionado e o uso de biogás para geração de frio, não só traz economia real para a operação, como tira o sistema da necessidade de uso de térmicas que usam combustíveis fósseis, e da hidroelétrica, que ano após ano enfrenta crises.

Estamos caminhando para melhoria da sustentabilidade neste segmento, o Airports Council International – ACI, anunciou ontem que a Infraero é o novo membro do escritório regional da entidade e que aeroportos no Brasil começam a se certificar. Este é um passo importante no processo que precisa caminhar em conjunto com o desenvolvimento de soluções de SAF - Sustainable Aviation Fuel,

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