CIDADES INTELIGENTES
O multiverso e a descarbonização
Publicado em 21/05/2022 às 09:50
Alterado em 21/05/2022 às 09:50
A geração de energia e a produção de alimentos não podem ser virtualizadas, embora parte de sua vida, sim. O metaverso ou o multiverso são mundos virtuais que estão sendo construídos para criar uma outra realidade que, através de dispositivos digitais (gadgets), você pode ter novas experiencias de vida. Este espaço virtual e coletivo soma a "realidade virtual", "realidade aumentada" à Internet.
Os arquitetos das cidades virtuais buscam criar a ambiência perfeita mixando o real ao ideal imaginário. Tudo isso significa, no fim da linha, mais tempo de programação, mais tempo de testes e mais tempo do cidadão usando gadgets que consomem energia. Estima-se que em 7 anos este universo paralelo estará tão presente em nossas vidas que nosso cérebro vai confundir, na memória, experiencias reais e as virtuais.
O comércio incrementa a realidade virtual com NFTs (sigla para non-fungible token – ou token não-fungível) de artigos de vestuário para seu avatar. A indústria viabiliza através do IoT (internet of things), formas para operação e gestão remota de plantas inteiras. O agronegócio, a cada dia mais produtivo e conectado, levando ao gestor da propriedade rural, os dados do campo em tempo real. O setor de serviços, trazendo para o Uber, a possibilidade de operar por inteligência artificial o transporte individual de passageiros e restaurantes que fazem boa parte do atendimento por tablets ou totens automatizando suas operações.
Para o trabalho remoto, há uma transferência das emissões das organizações para o ecossistema dos seus colaboradores. Como olharemos isso? As organizações apresentarão resultados positivos com relação às suas emissões de CO2 e com isso serão bonificadas? E a geração de mais emissões em outros sites, em função da operação das organizações, como serão levadas em conta?
Aconteceu no Rio de Janeiro o Congresso sobre o Mercado Global de Carbono e foram discutidas alternativas e modelos de investimento para fomentar no Brasil a geração de renda com o comercio de CO2. Sabemos que o Brasil tem um enorme potencial nesta área, seja pelas vastas reservas nos diferentes biomas ou pela nossa forma de geração de energia, tudo suportado pelas políticas ambientais.
Precisamos incluir no mundo real todas experiencias que o mundo virtual promove, mas para que esta Second Life (segunda vida, a virtual) exista é necessário ter mais energia alimentando computadores, recarregando as baterias dos gadgets e produzindo alimentos para os cidadãos, pois estes não se alimentam de bits.
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