Dicas do Aquiles

Por Aquiles Rique Reis

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DICAS DO AQUILES

Um gaúcho bom de música

Publicado em 13/07/2024 às 10:26

Alterado em 13/07/2024 às 10:26

Foi quando li o que Kleiton Ramil escreveu sobre o trabalho que produziu, Almamaneira (independente), terceiro álbum do cantor e compositor gaúcho Leandro Bertolo, que eu me pus a ouvir suas doze faixas – nove delas em parceria com a poetisa White Hill (Bianca Marini), duas só dele e uma com Marcos Caneda.
Aliás, semanas atrás, conversando com Kleiton, ele me contava sobre o estúdio que construiu em sua casa.

Iniciativa que, graças às suas potencialidades técnicas, musicais e profissionais, o deixara entusiasmado.
Retomando. Pelas mãos de três maestros, os arranjos do disco são interpretados por músicos craques em gerar belezas. Dentre outros, lá estão o próprio Bertolo (violão e voz), Kleiton (vocalizes), Marcelo Martins (sax), Jessé Sadoc (trompete), Eliseu Rodrigues (clarinete), Kiko Freitas (bateria), Gilberto Oliveira (guitarra), João Baptista (baixo), André Siqueira e Fernando Sessé (percussão), Marcio Celli (cantor), Max Garcia (violões de seis e sete cordas), Lucian Krolow (flauta), Fábio Cabelinho (cavaco) e Elias Barboza (bandolim).


Capa do CD de Leandro Bertolo Foto: reprodução

Pois bem, ao ouvir Almamaneira, constatei a competência de quem o gravou, mixou e masterizou. Técnicos que souberam captar a intensidade criativa dos arranjadores e instrumentistas presentes no estúdio, demonstrando com eficiência a qualidade das músicas de Bertolo.

Vejam algumas.

“Almamaneira” * (Leandro Bertolo e White Hill). Sempre haverá o jeito de a alma nos apontar caminhos iluminados rumo ao nosso destino, conjecturaram os parceiros. A batera dá a partida para o arranjo de Luis Henrique New. O sax vem e entrega o pop jazz balançado para a voz de Bertolo que está ao violão. O intermezzo de sax, com guitarra e baixo, é lindo. E o sonho dos parceiros tremula vital em ritmo e verso.
“O Ser e o Estar” (Bertolo e Hill). Na letra, a poetisa volta a refletir sobre o mundo atual. Terno e tradicional, o arranjo de Elias Barboza, com percussão, violão, flauta cavaquinho e bandolim, arrasa, e Bertoldo tem a chance de demonstrar que também é um bom cantor de samba.

“Perdão” (Bertolo e Hill). O piano inicia o bolero romântico. O arranjo de Luis Henrique New tem a batera suave a conduzi-lo até um lindo intermezzo do sax. Bertolo canta bonito!

“Samba Maldito” (Bertolo e Marco Caneda) é um ótimo samba-canção, cuja letra é daquelas de se querer cortar os pulsos. O arranjo de Dudu Trentim ganha reforço nos improvisos do violão que embalam a voz afinada de Bertolo.

Nascida em forma de samba, “Era Da Luz” foi composta só por Bertoldo num momento em que sua saúde esteve profundamente abalada. No arranjo de Elias Barbosa, o clarinete soa perfeito. O violão de sete o acompanha, enquanto flauta, bandolim e cavaquinho agasalham o cantar de Leandro Bertoldo, em seu emocionante louvor à vida.

Admirável é a vida de quem tem o dom de fazer da música o ofício que pode traduzir a alma presente e futura.

Aquiles Rique Reis
Nossos protetores nunca desistem de nós

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