Moda e Estilo

Por Iesa Rodrigues

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IESA RODRIGUES

Veste Rio, fraco mas necessário

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Publicado em 09/04/2022 às 10:50

Iesa Rodrigues JB

Ninguém disse que estava maravilhoso. Ninguém disse que estava muito satisfeito. Mas os expositores com quem conversei afirmaram a importância do Veste Rio, que se realizou nesta semana no Centro de Eventos do Village Mall, na Barra. Sem desfiles, apenas com estandes de vendas no atacado, uma média apenas de quatro a cinco pedidos nas marcas pelos lojistas brasileiros convidados, mas mereceu reações otimistas. "O Rio é a cidade perfeita para os eventos de moda. Queria muito trazer as marcas de Minas para cá, temos que marcar a cidade como a lançadora", afirmou Ana Dzenk, irmã do mineiro Victor Dzenk. Ele ficou em Belo Horizonte, porque está montando a expo em collab com o artista plástico Léo Brizola, autor de quadros bordados. Victor se inspirou nas belezas artesanais, que transformou em estampas, sempre com um rosto de mulher entre flores, pássaros e folhagens. É a coleção Musa, que já valeu a ida ao Village Mall e vai valer o voo para o Minas Trend, evento em Belo Horizonte.

 

Macaque in the trees
Vestido com estampa de bordado e o pink da coleção Musas de Victor Dzenk (Foto: Ines Rozario)

 

 

Muitas marcas saíram das sombras da pandemia para chamar a atenção com boas ideias para o verão. A Afghan voltou a brilhar, com a coleção inspirada nas ilhas do Rio, como a Gigóia, as Cagarras e as Tijucas. A Tótem, referência em estampas, também valeu a ida ao Veste Rio. Um espaço grande, com movimento de vendas, equipe sabendo explicar tudo, como o Mathieu Matsuda Malimpensa, representante da marca em São Paulo, que mostrou a influência africana nas peças em viscoses rayons modernas, o voil siffon, mais leve e os linhos mistos, tudo entrando nas vitrines a partir de agosto.

 

Macaque in the trees
Mathieu, representante da Totem em SP com a estampa afro e a malha listrada da Afghan (Foto: Ines Rozario)

 

Mudanças e surpresas Uma bela surpresa foi a Serotonina, marca tudo-a-ver com o momento pandemia, mas que já existe há oito anos. Gundolf Butzke mostrou os vestidos em malha, com o selo "sou de algodão", tingidos em lavanderia. "Usamos os tecidos naturais e tingimos as peças já prontas, com resultado de cores exclusivas", contou Gundolf, que por enquanto tem loja na rua Santa Clara 33 e faz parte do marketplace da Renner. Vale dar uma olhada no site. Do Sul veio a Ton Âge, presença de estilo festa na Fenin, feira que se realiza anualmente em Gramado. Desta vez, além dos longos e minis em paetês rosados com plumas, trouxe casacos bombers coloridos, com grafismos Pop ou entremeando o matelassê com tecidos de ovelha.

 

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Mathieu, representante da Totem em SP com a estampa afro e a malha listrada da Afghan (Foto: Ines Rozario)

 

Mais uma surpresa: Alessa mudou seus conceitos: deixou (por enquanto) as estampas figurativas de frutas, flores, cartas de baralho, etc, por abstratas. Mesmo usando orquídeas como referência, os vestidos, blusas e a ótima calça de alfaiataria em crepe, cetim ou jérsei usam sutilmente as cores das flores, sem formas definidas. Uma bela coleção.

 

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Alessa entre seus modelos com cores de orquídeas (Foto: Ines Rozario)

 


Praia cinquentona no Museu

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Sharon Azulay, diretora criativa da Blue Man, e o novo logo da marca (Foto: Ines Rozario)

 

Cinquenta anos de trabalho em moda, sem perder a identidade nem vender a marca é um feito da Blue Man. O espaço no Veste Rio era quase uma homenagem ao David Azulay, pai da Sharon, que atualmente comanda a marca. E comanda bem, seguindo tradições, como os biquínis de jeans (agora para crianças também), os lacinhos, as estampas de onça, a original estampa de logos ao longo dos 50 anos. Tudo, devidamente renovado, desde a logo, agora com raio estilizado, aos modelos recortados e esmerilhados, as estampas de índios e penas. Impressiona ver a quantidade de itens. "São mais de 900 referências! Temos lembranças dos anos 1980, das histórias de um avô que veio do Peru e outro, de Belém. E do meu pai, que nunca se deslumbrou com a fama. Ele dizia que preferia ser famoso na feira e no açougue", contou Sharon, com o mesmo jeito tranquilo do pai. Mesmo tendo no seu espaço o Alexander Ruscheinsky, vindo direto do Bikini Art Museum, em Bad Rappenau, cidade próxima a Berlim. A Blue Man é a única marca que vende peças na loja do museu.

 

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Magda Cotrofe fez sucesso como modelo de moda praia e agora representa o Museu do Biquini na Alemanha (Foto: Ines Rozario)

 

Foi ótimo também encontrar a bela Magda Cotrofe, representante do Museu no Brasil. Ela reuniu as marcas brasileiras para o acervo, como a BumBum, Adriana Degreas, Salinas, Rosa Chá (do acervo da época do Amir Slama) e a Blue Man, claro. A super top Isabel Goulart faz a campanha do verão cinquentão da Blue Man. Impossível existir uma feira de moda sem Rosana Bernardes, ela participa de todas. A estrela da bijuteria traz a Color Rock, coleção de pedras coloridas, correntes douradas e prateadas, muito brilho e esmaltados expostos em vitrines delicadamente em cúpulas de vidro.

 

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Correntes douradas e prateadas apontam a tendência da bijuteria, segundo Rosana Bernardes (Foto: Ines Rozario)

 

Gente nova Discreto, mas visível, o espaço dedicado aos novos talentos exibe três marcas, a Opus, FRM e Lorena Campello. Na saída do Centro de Eventos se apresenta Francisco Fuhro, que vai começar a Ebahn. E no talk show liderado por Marina Caruso, a exuberante atriz Luana Xavier, que deve entrar para o time do programa Saia Justa, falava sobre as inclusões necessárias no mercado de moda _ plus sizes, principalmente. Deu o bom exemplo, na maior elegância, com vestido da Paradise.

 

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Luana Xavier participou de talk show no Veste Rio (Foto: Ines Rozario)