Veste Rio, fraco mas necessário

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Por IESA RODRIGUES

Iesa Rodrigues

 

 

Muitas marcas saíram das sombras da pandemia para chamar a atenção com boas ideias para o verão. A Afghan voltou a brilhar, com a coleção inspirada nas ilhas do Rio, como a Gigóia, as Cagarras e as Tijucas. A Tótem, referência em estampas, também valeu a ida ao Veste Rio. Um espaço grande, com movimento de vendas, equipe sabendo explicar tudo, como o Mathieu Matsuda Malimpensa, representante da marca em São Paulo, que mostrou a influência africana nas peças em viscoses rayons modernas, o voil siffon, mais leve e os linhos mistos, tudo entrando nas vitrines a partir de agosto.

 

 

Mudanças e surpresas Uma bela surpresa foi a Serotonina, marca tudo-a-ver com o momento pandemia, mas que já existe há oito anos. Gundolf Butzke mostrou os vestidos em malha, com o selo "sou de algodão", tingidos em lavanderia. "Usamos os tecidos naturais e tingimos as peças já prontas, com resultado de cores exclusivas", contou Gundolf, que por enquanto tem loja na rua Santa Clara 33 e faz parte do marketplace da Renner. Vale dar uma olhada no site. Do Sul veio a Ton Âge, presença de estilo festa na Fenin, feira que se realiza anualmente em Gramado. Desta vez, além dos longos e minis em paetês rosados com plumas, trouxe casacos bombers coloridos, com grafismos Pop ou entremeando o matelassê com tecidos de ovelha.

 

 

Mais uma surpresa: Alessa mudou seus conceitos: deixou (por enquanto) as estampas figurativas de frutas, flores, cartas de baralho, etc, por abstratas. Mesmo usando orquídeas como referência, os vestidos, blusas e a ótima calça de alfaiataria em crepe, cetim ou jérsei usam sutilmente as cores das flores, sem formas definidas. Uma bela coleção.

 

 


Praia cinquentona no Museu

 

Cinquenta anos de trabalho em moda, sem perder a identidade nem vender a marca é um feito da Blue Man. O espaço no Veste Rio era quase uma homenagem ao David Azulay, pai da Sharon, que atualmente comanda a marca. E comanda bem, seguindo tradições, como os biquínis de jeans (agora para crianças também), os lacinhos, as estampas de onça, a original estampa de logos ao longo dos 50 anos. Tudo, devidamente renovado, desde a logo, agora com raio estilizado, aos modelos recortados e esmerilhados, as estampas de índios e penas. Impressiona ver a quantidade de itens. "São mais de 900 referências! Temos lembranças dos anos 1980, das histórias de um avô que veio do Peru e outro, de Belém. E do meu pai, que nunca se deslumbrou com a fama. Ele dizia que preferia ser famoso na feira e no açougue", contou Sharon, com o mesmo jeito tranquilo do pai. Mesmo tendo no seu espaço o Alexander Ruscheinsky, vindo direto do Bikini Art Museum, em Bad Rappenau, cidade próxima a Berlim. A Blue Man é a única marca que vende peças na loja do museu.

 

 

Foi ótimo também encontrar a bela Magda Cotrofe, representante do Museu no Brasil. Ela reuniu as marcas brasileiras para o acervo, como a BumBum, Adriana Degreas, Salinas, Rosa Chá (do acervo da época do Amir Slama) e a Blue Man, claro. A super top Isabel Goulart faz a campanha do verão cinquentão da Blue Man. Impossível existir uma feira de moda sem Rosana Bernardes, ela participa de todas. A estrela da bijuteria traz a Color Rock, coleção de pedras coloridas, correntes douradas e prateadas, muito brilho e esmaltados expostos em vitrines delicadamente em cúpulas de vidro.

 

 

Gente nova Discreto, mas visível, o espaço dedicado aos novos talentos exibe três marcas, a Opus, FRM e Lorena Campello. Na saída do Centro de Eventos se apresenta Francisco Fuhro, que vai começar a Ebahn. E no talk show liderado por Marina Caruso, a exuberante atriz Luana Xavier, que deve entrar para o time do programa Saia Justa, falava sobre as inclusões necessárias no mercado de moda _ plus sizes, principalmente. Deu o bom exemplo, na maior elegância, com vestido da Paradise.