Moda e Estilo

Por Iesa Rodrigues

IESA RODRIGUES

Vai ter moda na Olimpíada de Paris

Publicado em 27/07/2023 às 14:56

Desfile da coleção Louis Vuitton masculina na Pont Neuf Louis Vuitton / divulgação

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2024 têm a ver com moda: o grupo LVMH (Louis Vuitton/ Moët Hennessy) é o patrocinador master do evento planetário, incluindo a sempre tão aguardada cerimônia de abertura.

O grupo do luxo evita declarar a quantia investida, mas as especulações rondam os 150 milhões de euros. Deve valer o gasto, porque os jogos de Paris, considerados o maior evento do mundo, esperam atrair quatro bilhões de telespectadores, 13 milhões de público presente e 20 mil jornalistas.

 

Macaque in the trees
Lionel Messi e Cristiano Ronaldo na campanha da Louis Vuitton masculina: prova do envolvimento com atletas e esportes (Foto: Annie Leibovitz / divulgação Louis Vuitton)

Haverá patrocínios para atletas, como o nadador francês Léon Marchand, que quebrou o recorde do Michael Phelps no último fim de semana. Provavelmente as estrelas do esporte serão futuros embaixadores das marcas do grupo. Desde o ano passado a campanha da Louis Vuitton masculina contou com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo como modelos,jogando xadrez sobre uma mala LV.

Na segunda-feira, o CEO Bernard Arnault comentou que suas marcas levam a imagem da França para o mundo. “A elegância, audácia e estilo das nossas maisons são símbolos da França. Muitas competições terão Paris como cenário. Não existe paisagem de fundo mais bonita, mais desejada e mais amada. Portanto é natural que apoiemos este evento que realça a França e particularmente Paris”.

 

Bernard Arnault comparou o futuro espetáculo com o impacto do desfile de Pharrell Williams como diretor de criação da linha masculina da Louis Vuitton, na Pont Neuf.

 

Macaque in the trees
O trio líder do lançamento do patrocínio: Antoine Arnault, seu pai e CEO do grupo LVMH, Bernard Arnault e Tony Estanguet, presidente do comitê organizador da Olimpíada de Paris (Foto: Divulgação)

A entrevista coletiva realizada no Grand Palais Ephémère, estrutura temporária com vista para a Torre Eiffel, contou com a presença do seu filho Antoine Arnault, líder de comunicação, imagem e ambiente do LVMH e CEO da Berluti (marca de calçados de luxo), a Ministra dos Esportes, Amélie Oudéa-Castéra, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, Thomas Bach, presidente do comitê internacional Olímpico e Tony Estanguet, presidente do comitê Olímpico de Paris 2024.

Papel das marcas

Segundo Antoine, “não seremos apenas um patrocínio que assina os cheques e sai de cena. Marcas do grupo contribuirão com produtos especiais para o evento. A joalheria Chaumet vai produzir as medalhas, as roupas dos atletas serão assinadas pela Berluti nas cerimônias de abertura e encerramento, já que a Le Coq Sportif tem a tradição dos uniformes franceses nas competições. Patrocinadores globais como a Coca-Cola, Omega, P&G (Procter & Gamble) ganham os direitos de marketing do país onde acontece o evento. LVMH faz parceria com o Carrefour e a operadora Orange. Os materiais produzidos terão a sigla “Artesãos de todas as Vitórias” e não haverá produtos iguais de marcas diferentes: se a Omega faz relógios, a Vuitton não produzirá os seus especialmente. A Dior estará no foco da abertura, em 26 de Julho de 2024, que, em lugar de ser realizada em um estádio, será no rio Sena e em locações emblemáticas de Paris. Apesar da proibição de vender ou servir bebidas alcoólicas, a Moët Hennessy, produtora de 25 tipos de vinhos, o conhaque Hennessy e a Champanhe Moët et Chandon, fará parte das programações de hospitalidade, como as suítes VIP. A Sephora será parceira na Maratona da tocha olímpica, que deve partir de Marselha no dia oito de maio. Haverá ações da rede de cosméticos ao longo da rota. Vai ser meio confuso, corredores, tocha, batons, tudo ao mesmo tempo nas estradas. Mas Bernard Arnault não se abala:

“Conseguimos superar a Covid-19, passamos por coisas piores do que prováveis problemas de tráfego durante as Olimpíadas. Enfim, Paris é a cidade da audácia, da inovação e da ambição”.

E agora? Está valendo a pena começar a economizar para ver de perto esta mistura de luxo e esporte. Só em Paris mesmo poderia acontecer? Sinceramente, discordo: o Rio tem tudo para fazer o mesmo. Pelo menos não nos faltam paisagens.

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