Cris Roberto: 25 anos com Clube e Closet

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As cores atuais do Queridinho, o tênis de coleção

É uma alegria ver que é possível uma marca de moda carioca celebrar 25 anos de atuação sem apelar para ações arriscadas.

Este é um dos trunfos da Cris Roberto, que celebra 25 anos de marca de acessórios, baseada no dia-a-dia, na realidade do consumo. A comemoração incluiu encontros com a clientela em três lojas - nos shopping Tijuca e BarraShopping e na loja da Ipanema. Cris conta alguns segredos deste sucesso. Que nem são segredos, na verdade: segundo ela, é muito trabalho e pensar na nossa realidade, democratizar a moda.

O Clube calçado

“Temos esta ação fantástica. Antes da pandemia criei um tênis, vendia nas lojas. Com o fechamento provocado pelo Covid, precisamos nos reinventar: começamos a usar o Instagram, criamos o site. A venda online é diferente, notamos que havia demanda do Maranhão, São Paulo, Rio Grande do Sul. O tênis virou febre, e comecei a chamar de “queridinho”. Descobrimos que havia clientes que tinham até 10, cada um de uma cor! Daí nasceu o Clube do Queridinho: quem tem no mínimo três pares, recebe um e-mail convidando a ser “sócia” do Clube, para poder comprar cores novas do tênis antes de serem lançadas, ter 5% de desconto e ganhar um chaveiro de mimo. Mandamos um e-mail também para quem já tem dois, incentivando a comprar o terceiro e entrar para o Clube do Queridinho”.




O closet

“As fotos e vídeos sempre me mostravam calçando as novidades, vestindo minhas próprias roupas. Começaram a perguntar de onde era a blusa, a saia, eu respondia que eram de uma determinada loja, que tinha trazido de fora. Até que comecei a fazer umas cinco ou seis peças de cada modelo, sempre em estilos soltos, despojados, sem botões, cós, destes que vestem todas as idades e tamanhos. Virou o Closet da Cris, que vendia no WhatsApp e atualmente está também no site. O plano é ter uma marca parceira, onde eu possa selecionar algumas peças, sem ter que trabalhar com confecção. Mas quem sabe, o Closet da Cris também ganha uma loja?”




Sem fantasia

Pergunto se haveria hipótese de seguir o que as coleções internacionais indicaram para o verão 24/25, as sandálias de cano alto, como botas brancas. Para Cris Roberto, tudo é lindo, mas nem sempre é real. “Não sou fantasiosa. Não trabalho com faixa de idade, penso na mulher que um dia quer ser executiva, no outro dia amanhece com vontade de ser sexy ou de sair mais despojada, com conforto. Ela pode querer um sapato para um casamento, uma rasteira para ir para Angra ou uma flatform de palha, mais jovem.

Quanto a estas propostas internacionais, é preciso adequar ao nosso clima, à nossa realidade de verão de 40 graus. É interessante perceber a moda e trazer a tua versão. Talvez a bota com cano mais curto, em off-white ou em jeans. Mas temos tanta gente criativa, com tanto talento, que não precisamos copiar ideias que podem sair do que as clientes querem.”


Para o verão, além da flatform de palha (R$ 269), a vitrine mostra a rasteira Folha, as sandálias de bico fino em dourado, bege, rosa ou preta, com ou sem tacheado (R$ 109). E o Queridinho (o dourado é um sucesso atual), que custa R$ 219, faz parte de uma “família” que inclui uma sapatilha de pulseira em couro listrado ou de bolinhas, em preto e branco (R$ 219 e R$ 229).

E depois destes 25 anos a marca talvez abra para o sistema de franquias. Sempre com Cris Roberto controlando tudo, desde a produção das coleções de sapatos, até o Instagram onde revela pontos turísticos do Rio, orientando no look a ser usado nestes lugares. E mais: é dona de casa com dois filhos, casada com o Felipe, jogador de golfe e figura importante no Clube Itanhangá,. Este é o segredo dos 25 anos: trabalho, realidade e amor.

 

Para o mundo
Segundo a Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), que reúne principalmente os fabricantes do Sul do país, as exportações de sapatos registram a menor queda do ano e indicam melhora do ambiente internacional, apesar da concorrência de outros países como a China, Vietnã e Indonésia. Uma boa indicação é a Kidy, indústria de Birigui (Rio Grande do Sul) que reporta a melhor venda de Dia das Crianças em cinco anos.