
IESA RODRIGUES
O longo dos longos
Publicado em 16/03/2025 às 09:48
Alterado em 16/03/2025 às 09:48

Primeiro, muito bom entrar no Hotel Nacional, que nos anos 1970/80 era local de feiras, salões de moda e desfiles assinados por criadores como José Augusto Bicalho, da Jo&Co. Bom ver como o hotel assinado por Oscar Niemeyer está bem arrumado, com mobiliário novo, e tem vendas de bebidas e sorvetes, próximo de um bom kids place. Até a lembrança das filas nos elevadores nos antigos eventos voltou à memória!
A razão destas constatações (nem sabia que o hotel estava aberto) foi a apresentação da coleção de verão da Cacay, marca carioca de marketing discreto. Mas quando resolvem aparecer, fazem em grande estilo.
Um estilo bem carioca, de longos estampados ou conjuntos de calça e túnica Fotos Ines Rozario / divulgação
A coleção
O desfile durou mais de meia hora, porque era uma apresentação para compradores convidados. Foi longo, mal-iluminado, em uma passarela alta nos jardins do hotel. Poderia ser resumido como uma proposta de longos e estampas de inspirações nordestinas, já que assim era a maioria das roupas. Só que vale citar alguns detalhes, como o colorido quente, nos rosados e vermelhos. As estampas de coqueiros muito bem empregadas. Os looks de calças e vestes longas. Os decotes com flores recortadas na frente e nas costas.
O forte da Cacay são as estampas, para um verão em rosados e vermelhos Fotos Ines Rozario / divulgação
Como a intenção era mostrar produtos para compradores, foram incluídos modelos de minissaia, bermudas, um conjunto de malha listrada em preto e branco, peças dispensáveis no desfile, por fugirem do conceito geral.
Destaque para a música ao vivo, uma banda que tocou ritmos do Nordeste e clássicos como Aquarela do Brasil, Trem das Onze e Com que roupa eu vou.
O estranho foi não ter ninguém que dissesse o nome da banda. Nem alguém que falasse pela marca. Provavelmente estavam ocupados atendendo aos pedidos dos compradores. Tomara: a coleção da Cacay merece ir para muitas vitrines.