O longo dos longos

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Por

Fotos Ines Rozario / divulgação
Estampas de coqueiros e palmeiras em muitas versões

Primeiro, muito bom entrar no Hotel Nacional, que nos anos 1970/80 era local de feiras, salões de moda e desfiles assinados por criadores como José Augusto Bicalho, da Jo&Co. Bom ver como o hotel assinado por Oscar Niemeyer está bem arrumado, com mobiliário novo, e tem vendas de bebidas e sorvetes, próximo de um bom kids place. Até a lembrança das filas nos elevadores nos antigos eventos voltou à memória!

A razão destas constatações (nem sabia que o hotel estava aberto) foi a apresentação da coleção de verão da Cacay, marca carioca de marketing discreto. Mas quando resolvem aparecer, fazem em grande estilo.


 A coleção

O desfile durou mais de meia hora, porque era uma apresentação para compradores convidados. Foi longo, mal-iluminado, em uma passarela alta nos jardins do hotel. Poderia ser resumido como uma proposta de longos e estampas de inspirações nordestinas, já que assim era a maioria das roupas. Só que vale citar alguns detalhes, como o colorido quente, nos rosados e vermelhos. As estampas de coqueiros muito bem empregadas. Os looks de calças e vestes longas. Os decotes com flores recortadas na frente e nas costas.



Como a intenção era mostrar produtos para compradores, foram incluídos modelos de minissaia, bermudas, um conjunto de malha listrada em preto e branco, peças dispensáveis no desfile, por fugirem do conceito geral.

Destaque para a música ao vivo, uma banda que tocou ritmos do Nordeste e clássicos como Aquarela do Brasil, Trem das Onze e Com que roupa eu vou.

O estranho foi não ter ninguém que dissesse o nome da banda. Nem alguém que falasse pela marca. Provavelmente estavam ocupados atendendo aos pedidos dos compradores. Tomara: a coleção da Cacay merece ir para muitas vitrines.