Azerbaijão
Quem não tem fascínio ou sonhos de andar por terras desconhecidas? Eu só de ouvir o nome de alguns lugares, já quero ir. Conhecer um lugar longínquo, mesmo com todas as facilidades do mundo moderno, exige uma vontade de se abrir para novas experiências, comidas exóticas, línguas que nos fazem ficar mudos, conhecer pessoas e hábitos que nos fazem pensar sobre as diferenças, paisagens que nos levam a achar que o Rio não é a cidade mais bonita do mundo. E as músicas! Quem viaja sem conhecer a música do lugar, viaja menos. Imagina vir ao Brasil e não conhecer algumas das melhores coisas do país, a MPB, Villa-Lobos, samba, Carinhoso e Chico Buarque. Azar de quem fica somente na deliciosa feijoada.
Pois hoje no Theatro Municipal, às 20h, tem um concerto que nos dará a chance de ouvir um pouco da música do Azerbaijão, país no extremo leste europeu. O azerbaijano Yalchin Adigezalov, atual maestro da orquestra estatal azerbaijana do Teatro de Ópera e Ballet, vem ao Brasil para reger a Orquestra Sinfônica Brasileira em um programa que inclui três compositores de seu país: Kara Karayev, Asaf Zeynalli e Fikret Amirov. Das características interessantes da música do Azerbaijão, destacam -se a riqueza que traz do folclore, com melodias baseadas em escalas modais associadas a elementos arábicos e turcos. Essa exótica sonoridade estará presente nas obras de hoje.
Para completar o programa da noite de sonoridades exóticas, duas peças francesas: “Sheherazade”, de Ravel e “L’Apres-midi d’un Faune”, de Debussy. Ambos foram provavelmente os compositores que mais souberam explorar a música de outros países, e que foram beber na fonte das culturas orientais para construírem seus mundos musicais, com escalas além das maiores e menores. “Sheherazade” é formada por um ciclo de três canções para voz e terá a soprano azerbaijana Seljan Nasibli interpretando a riqueza rítmica da poesia de Tristan Klingsor baseada no livro “As Mil e Uma Noites”. “L’Apres-midi d’un Faune” baseada no poema de Mallarmé é considerada um marco na história da música, cheia de dissonâncias e cromatismos como na famosa abertura do solo de flauta da peça. Será uma noite de sonhos e poemas de sons!
NOTAS e ACORDES
O RioCello, festival de violoncelos e o RioHarpFestival, festival de harpas, continuam esta semana com concertos em diversos locais da cidade.