Focus: IPCA cai e Selic sobe em 2025

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Em dia de recuperação geral do dólar frente às principais moedas, a moeda americana era cotada ao meio-dia a R$ 5,4475, com alta de 0,24%. Mas, na pesquisa Focus, encerrada 6ª feira pelo Banco Central junto a 150 instituições e divulgada esta 2ª feira, as projeções indicam dólar estável em R$ 5,40 para dezembro de 2024 e em R$ 5,35 para 2025, com as respostas dos últimos cinco dias úteis recuando para R$ 5,30, pela 1ª vez em quatro meses.

Nas projeções para a inflação, o IPCA também ficou estável em 4,37% para 2024 e, fato inédito, ainda caiu para 4,36% - dentro do teto da meta, de 4,50% - nas respostas dos últimos cinco dias úteis (desde maio, junto com a alta do dólar, as projeções da inflação saltaram de 3,80% e não pararam de subir – há um mês estavam em 4,26%). Também caíram para dezembro de 2025 (a mediana ficou estável 3,97% e caiu a 3,86% nas respostas dos últimos cinco dias).

Um dos fatores para a queda ocorreu nas projeções dos preços administrados, que sofrem influência do dólar nos combustíveis: a previsão de 2024 recuou de 4,79%, há um mês, para 4,77% e voltou a 4,76% nas apostas dos últimos cinco dias úteis; para 2025 o recuo veio de 3,85%, há um mês, para 3,80% nas últimas duas pesquisas e as respostas dos últimos cinco dias úteis apontaram baixa para 3,76%.

Mercado reduz IPCA de setembro

O recuo do dólar, que já reduziu para apenas 0,13% a taxa de inflação do IPCA-15, divulgada semana passada (menos de metade da mediana do mercado entre 0,29% e 0,30%), levou a revisões baixistas nas previsões do IPCA cheio de setembro, que o IBGE divulga dia 9 de outubro. Há um mês a previsão era de 0,30%. Com os impactos das queimadas e da estiagem que elevou a bandeira de energia elétrica para o vermelho, nível 2 (4,25 vezes acima da tarifa normal a cada 100 KWH extra consumido), o mercado elevou para 0,53% na semana anterior e baixou para 0,50% na pesquisa de 27 de setembro, com as respostas dos cinco dias úteis recuando para 0,46%.

Já outubro teve ligeira elevação: de 0,31%, há um mês, para 0,32% na semana anterior e 0,34% no dia 27, com alta para 0,37% nos últimos cinco dias úteis, uma espécie de ajuste de setembro para outubro. A projeção de novembro mostrou ligeiro declínio: 0,22%, há um mês, estabilidade em 0,21% dia 27 e semana anterior e recuo para 0,20% nas respostas dos últimos cinco dias.

Juros sobem em 2025

As projeções baixistas para os preços administrados tomam por base cenário de desaquecimento da economia mundial no ano que vem e também do dólar, diante da disposição do Federal Reserve Bank, o Banco Central dos Estados Unidos, de baixar mais as taxas de juros neste fim de ano e o 1º semestre de 2025.

Entretanto, mesmo com o aumento do diferencial de juros que pode atrair muitos investimentos especulativos em títulos do Tesouro Nacional, o que já pressionaria o dólar para baixo, as apostas do mercado apontam para alta na Selic de 11,50% para 11,75% em dezembro deste ano (nível mantido nas respostas dos cinco últimos dias), com a taxa alcançando 12% ao ano em janeiro, e alteração de 110,50% para 10,75% na taxa terminal de 2025, elevada ainda mais para 11,00% nas respostas dos últimos cinco dias úteis.

Selic esfria Inflação PIB

Com o rigor na política monetária, será inevitável tanto a desaceleração do crescimento como da inflação no horizonte de 18 meses visado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Depois de crescer 3,00% este ano, o mercado prevê que o PIB de 2025 decline para 1,92% (1,93% nas respostas dos últimos cinco dias) e para 2,00% em 2026, quando o IPCA recuaria de 3,62% (previsão da semana anterior) para 3,60%. A meta de inflação 30 meses à frente é de 3,00%, com 1,50% de tolerância.