O OUTRO LADO DA MOEDA
LCA: Aneel garante IPCA dentro da meta
Publicado em 28/10/2024 às 13:23
Alterado em 28/10/2024 às 13:23
Apesar da Pesquisa Focus encerrada sexta-feira pelo Banco Central e divulgada hoje apontar a previsão da mediana do mercado financeiro de que o IPCA subiu de 4,50% para 4,55%, estourando o teto da meta de inflação (3,00%+ tolerância de 1,50%=4,50%), a LCA consultores, que apontava sexta-feira previsão de 4,6% para o IPCA, reduziu sua previsão para 4,5%.
O motivo foi a decisão tomada no final da sexta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de reduzir a bandeira de energia elétrica residencial de vermelha nível 2 (a mais alta tarifa) para amarela em novembro (e possivelmente em dezembro para os consumidores do país.
Segundo a LCA, que costuma ter grande acerto nas suas previsões, tal decisão, “retirará 10 pontos base do IPCA como um todo. Como nossa hipótese para o encerramento de 2024 passou de vermelha 1 para amarela, isso reduziu a nossa projeção para o IPCA-Total em 2024 de +4,6% para +4,5%”, diz a nota da LCA que projeta o impacto da energia elétrica residencial na tabela abaixo:
Já a Warren Investimentos projeta redução ainda maior, de 0,13 p.p.
Inflação mensal dá estouro do IPCA de 2024
As projeções na Pesquisa Focus para as taxas mensais do IPCA de outubro a dezembro confirmam a projeção do IPCA final de 4,55% em 2024. A inflação em 12 meses fechou em 4,42% em setembro e o mercado espera IPCA de 0,51% a 0,52% em outubro. Na pior das hipóteses, considerando que em outubro de 2023 o IPCA foi de 0,24% a taxa acumulada subiria a 4,71%.
Para novembro, a mediana da Focus aponta 0,20%. Descontando a taxa de 0,28% em novembro de 2023, o IPCA recuaria a 4,62%. Já para dezembro, o IPCA previsto é de 0,50%. Como foi de 0,56% em dezembro do ano passado, isso daria uma taxa em 12 meses de 4,557%, estourando o teto da meta.
Projeções da LCA são menores
A LCA projeta +0,53% para o IPCA em outubro, em boa medida (i) pelos efeitos da severa estiagem na formação de preços de vários itens de Alimentação e bebidas, (ii) pelos reajustes que precedem a Black Friday em Artigos de residência, (iii) pela alta sazonal de Vestuário, (iv) pelo aumento de serviços pessoais e cigarros dentro do grupo Despesas pessoais e (v) pela aceleração de Comunicação via Combo de telefonia, internet e tv por assinatura.
Para o trimestre, após a inversão do sinal em Alimentação no domicílio a partir de setembro, com a perspectiva de novas altas mensais fomentadas pela estiagem (em especial da carne), a consultoria projeta taxas que superam o 1%, bem acima da mediana dos últimos 10 anos. Para a LCA, “os efeitos da desvalorização cambial e da robustez do mercado de trabalho têm sido evidentes em Artigos de residência - em grande parte de 2024, suas taxas mensais superaram os mesmos meses de 2023, o que poderá ser visto também em novembro e dezembro - movimento de alta de preços que poderá ser agravado pelos custos adicionais de logística ligados à estiagem. Em adição, os reajustes em cigarros poderão pressionar o grupo Despesas pessoais entre outubro e novembro.
Os efeitos da desvalorização cambial e da robustez do mercado de trabalho têm sido evidentes em Artigos de residência - em grande parte de 2024, suas taxas mensais superaram os mesmos meses de 2023, o que poderá ser visto também em novembro e dezembro - movimento de alta de preços que poderá ser agravado pelos custos adicionais de logística ligados à estiagem. Em adição, os reajustes em cigarros poderão pressionar o grupo Despesas pessoais entre outubro e novembro. A LCA projeta ainda que a média dos núcleos no último trimestre de 2024 ficará acima da do 4º trimestre de 2023.
OLM