O Outro Lado da Moeda

Por Gilberto Menezes Côrtes

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O OUTRO LADO DA MOEDA

Real busca patamar abaixo de R$ 6,10

Publicado em 09/01/2025 às 13:39

Alterado em 09/01/2025 às 13:39

Depois de ter atingido a cotação recorde de R$ 6,30 no dia 19 de dezembro, o dólar, que voltou a se valorizar esta semana no mundo, a 11 dias da posse de Donald Trump encontrou o patamar de R$ 6,10 no Brasil esta semana, mas caiu hoje para R$ 6,0780 ao meio-dia, em queda de 0,45%. Vale notar que o Banco Central não entrou no mercado. Está havendo uma acomodação natural das moedas, com pressão sobre os países que entraram na alça de mira de aumentos de tarifas de importação. Só hoje, o real valorizou 0,45% contra o dólar, que acumula baixa de 1,12% nesta semana, mas ainda acumula alta de 0,59% em 30 dias frente ao real.

As moedas que estão sofrendo mais impacto às vésperas da posse de Trump são justamente as dos países que estão sendo mais pressionadas nas tarifas. O dólar sobe hoje 0,44% contra o peso mexicano e 0,15% contra o dólar canadense, os dois parceiros da Alca que o novo governo quer cortar as benesses do acordo de livre comércio com baixas tarifas de importação. O terceiro alvo é a China, que está deixando o yuan flutuar ligeiramente para compensar a maior taxação. O dólar subiu 0,32% no dia e 1,43% em 30 dias.


OLM

Juro alto esfria a economia

Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o impacto da elevação de juros na contração do consumo e da produção, os dados do IBGE sobre o desempenho da indústria e do comércio em novembro acaba com as ilusões. A alta dos juros em setembro e novembro. Depois de uma primeira baixa em outubro, a produção industrial caiu 0,6% em novembro, frente ao mês anterior e acumula queda de 0,8% no bimestre. A queda foi disseminada na maior parte dos setores.

Já as vendas do comércio, no mês da “Black Friday”, foram frustrantes. O comércio em geral teve queda de 0,4% no volume de venda em novembro frente a outubro, que tinha tido avanço de 0,4%. O crescimento de 1,5% no volume de vendas de combustíveis e lubrificantes impediu uma queda ainda maior do varejo. A alta da inflação dos alimentos reduziu em 0,1% o volume de vendas de supermercados e hipermercados.

E a elevação dos juros teve impacto na queda de 2,8% no volume de vendas de móveis e eletrodomésticos. Entretanto, materiais de informática ganharam prioridade dos consumidores com aumento de 3,5% no volume de vendas.

No entanto, no varejo ampliado, que inclui veículos, motos, autopeças e materiais de construção, bens que pedem financiamento, houve contração de 1,8% no volume de vendas.

Amanhã o IBGE divulga os números da inflação de dezembro e do ano de 2024. O quadro do desempenho do PIB poderá ser avaliado com a divulgação da pesquisa mensal de serviços no dia 15 de janeiro.

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