O OUTRO LADO DA MOEDA
Dólar perde força à véspera da posse
Publicado em 17/01/2025 às 14:25
Alterado em 17/01/2025 às 17:10
Na véspera da posse de Donald Trump nos Estados Unidos, em 20 de janeiro, o dólar perdeu força por volta do meio-dia (horário do Brasil) contra a maior parte das moedas, com as expectativas de um início mais cauteloso da imposição de tarifas protecionistas. Isso implicou uma grande reversão no câmbio entre o dólar e as principais moedas. Até 11 horas o euro tinha queda de 0,16% frente ao dólar. Mas às 11:55 a queda tinha se reduzido a 0,03%. A libra esterlina tinha acusado perda de 0,50% às 11 horas e estava com baixa de 0,42% perto do meio-dia. O iene, que pode ganhar reforço do Banco do Japão, com alta de juros na próxima semana, via o dólar subir 0,47% às 11:58. No mesmo horário, a moeda americana avançava 0,19% contra o franco suíço.
O dólar canadense e o peso mexicano tinham comportamentos distintos: enquanto o dólar subia 0,13% contra a moeda do Canadá, o dólar perdia 0,52% contra o peso mexicano. No Brasil, o mercado estava ainda mais volátil. Após abrir cotado a R$ 6,0545 e atingir a máxima de R$ 6,0880, o dólar passou a cair e ao meio-dia era cotado a R$ 6,0420, baixa de 0,13%, com queda de 0,95% em uma semana. E isso sem intervenções do Banco Central no mercado.
Os números não respondem aos fatos
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está prevendo crescimento de 3,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no ano passado. É mais que os 3,2% previstos pelo Banco Mundial na semana passada e mais que a mediana da última Pesquisa Focus: (3,49/3,50%). O Bradesco e o Itaú previam 3,6% em 2024 e 2,2% este ano. O PIB de 2024 será divulgado pelo IBGE em 7 de março.
O IBC-Br do Banco Central, indicador que procura antecipar o PIB, calculado pelo IBGE nas Contas Nacionais Trimestrais, subiu 0,1% em novembro, anunciou ontem o BC. Os números do PIB estão divergindo nos diversos indicadores.
Hoje, o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas divulgou o Monitor do PIB de novembro, com aumento de 0,6%, com ajuste sazonal, na taxa mensal, puxada pelos bons desempenhos da agropecuária e da indústria. Frente ao mesmo mês de 2023, o crescimento de novembro foi de 3,4%. A variação contra o mesmo trimestre de 2023 foi de 4,3% e a taxa acumulada em 12 meses até novembro foi de 3,4%.
A LCA Consultores também notou discrepância entre os índices: “Enquanto o IBC-Br renovou sua máxima histórica, as pesquisas do IBGE indicaram desaceleração em novembro sobre outubro: a indústria (-0,6%), o comércio ampliado (-1,8%) e os serviços (-0,9%) registraram recuos na margem. Só o grupamento ITCC apresentou expansão mensal (+0,5%)”.
Para dezembro, a LCA trabalha, preliminarmente, com as seguintes estimativas para os índices do IBGE: i) produção industrial com variações de +2,2% na métrica mensal de 2024/2023 e -0,2% no mês; ii) volume vendido pelo comércio varejista ampliado com variações de +5,8% anual e +1,4% mensal e iii) volume de serviços com variações de +3,5% e +0,1%. A perspectiva para o IBC-Br aponta para variações de +3,4% na base de 12 meses e -0,4% mensal. “Caso essa expectativa se concretize, o IBC-Br registraria variações de +4,9% e +0,4% no quarto trimestre e encerraria 2024 com crescimento de 3,7%”.
Para a LCA, “esses números sugerem que a atividade econômica seguiu forte no 4º trimestre, porém com sinais mais claros de desaceleração. De fato, diversos indicadores coincidentes perderam dinamismo ao longo do último trimestre e apresentaram quedas importantes em dezembro”, assinala.
Petrobras bate recordes em 2024
As produções de gasolina e de diesel S-10 da Petrobras bateram recordes em 2024. Na gasolina foram produzidos 24,4 bilhões de litros (o recorde anterior foi em 2014 - 24,2 bilhões de litros, quando a Petrobras tinha a refinaria Landulpho Alves em operação, vendida em 2021). Já na produção de diesel S-10 chegou a 26,3 bilhões de litros, superando o recorde de 2023.
Na produção de gasolina, destaque para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná, que chegou a 3,5 bilhões de litros. Na produção de diesel S-10, a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), no estado de São Paulo, atingiu 3,8 bilhões de litros.
O volume de petróleo processado oriundo do Pré-Sal chegou a 70% do total processado pela Petrobras, superando o de 2023 (média anual de 66%).
Já o Fator de Utilização das Refinarias (FUT) anual atingiu 93,2%, ante 92% em 2023.
Menores emissões nas refinarias
Apesar do aumento de produção, a Petrobras também reduziu as emissões de gases de efeito estufa no seu parque de refino. Em 2024, a companhia registrou 36,1 KgCO2 por carga equivalente, a menor intensidade de emissões da série histórica (medição desde 2019).
Assim, foi evitada a queima de 475 mil m³/dia de gás natural e a emissão de 365 mil toneladas de CO2. Trata-se do equivalente a retirar de circulação uma frota de mais de 6 mil ônibus urbanos movidos a diesel, ou mais de 60 mil carros movidos à gasolina.