Paixão por Carros

Por Paixão por Carros

PAIXÃO POR CARROS

Ford 'T' – T de Tudo

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Publicado em 30/04/2023 às 09:08

Alterado em 30/04/2023 às 12:03

Velocidade de produção jamais vista e jamais superada. A cada 98 minutos um modelo T deixava a linha de montagem... Arquivo pessoal

O carro definitivo, por Henry Ford

Para alguns o pai do automóvel, para outros, o maior empreendedor do século XX, para outros ainda um antissemita.

Independente da opinião ou visão, precisamos concordar que ele revolucionou o mundo e a forma como temos hoje o automóvel em nosso cotidiano.

Nascido numa fazenda, o primogênito de outros 4 filhos, provavelmente, seria o orgulho dos pais no gerenciamento da propriedade, entretanto Henry viria a ter outros planos.

Pai irlandês, mãe norte-americana, porém filha de imigrantes belgas, Henry começou cedo sua paixão por máquinas e motores da fazenda. Dizem que aos 12 anos (1875) conheceu um motor a vapor e certamente foi o que o fez direcionar sua atenção para os automóveis.

Há quem discorde ligeiramente pois uma outra paixão de Henry, ainda jovem, eram relógios! Sim, ele desmontava e montava relógios (normalmente aqueles relógios de bolso muito usados nessa época) de amigos.

Faliu 3 vezes antes de fundar a Ford Motorcar Company. A persistência, unida a experiência, fez com que este homem somente aos 40 anos de idade iniciasse um projeto de longo prazo que conhecemos até hoje.

Como uma andorinha não faz verão, ele uniu-se com outros 11 sócios investidores, entre eles um renomado banco que existe até hoje chamado JP Morgan.

Seu primeiro carro foi nomeado com a primeira letra do alfabeto. Ford model A. Produção lenta na fábrica da Mack Avenue que logo em seguida mudou de endereço para a famosa, e aberta até hoje como museu, fábrica da Av. Piquette em Detroit.

Anos se passando, grande parte do empresariado do segmento automotivo focado no público de alto poder aquisitivo, Ford ousou seguir para o lado oposto. Seu desejo era fabricar um carro simples, robusto, confiável e acima de tudo acessível ao maior número possível de pessoas.

Com o modelo T 1908 (o primeiro ano de produção), Ford atingiu parcialmente seu objetivo. Digo parcialmente, pois apesar de ser extremamente simples, o valor de venda do automóvel ainda era alto para os padrões da época... Em torno dos U$ 760 dólares.

Freios, só nas rodas traseiras e totalmente mecânicos. Bomba de gasolina? Pra quê? Vamos utilizar algo que esta aí desde que o mundo é mundo chamado gravidade.... Bomba d’água, nem pensar... vamos usar o sistema de sifão invertido (água quente sobe e água fria desce). E o que falar do câmbio, um componente caro para se produzir...

Mas a equipe de engenharia do Ford tinha jeito para tudo! Um câmbio que costumo brincar chamando-o de bisavô do CVT.

Duas polias de diâmetros distintos, uma cinta larga, duas relações possíveis, troca por pedal e está pronto!

O leve modelo T começa a ganhar as ruas e o mundo. Mas Ford queria mais barato...

A ideia genial veio com o conceito da linha de montagem. Certamente acima de tudo, o desejo era baratear o custo de produção, sem perder qualidade. Ao inaugurar sua primeira linha de produção já no segundo semestre de 1913 lançando o “novo” modelo “T” 1914, Henry Ford já comandava uma empresa formada por cerca de 13.000 colaboradores.

Velocidade de produção jamais vista e jamais superada. A cada 98 minutos um modelo T deixava a linha de montagem. O preço de venda havia despencado para menos da metade. Mágica? Não, organização, ordenamento, estudo de tempos e movimentos, simplicidade da montagem são algumas das respostas.

Com essa nova fase, por assim dizer, O modelo T vai se tornar o segundo veiculo mais vendido do mundo de todos os tempos, somando 15 milhões, 7 mil e 3 unidades fabricadas ao longo dos seus 19 anos em produção.

Muito ainda seria necessário escrever aqui para falar desse “pai do automóvel” mas precisaremos deixar para outra oportunidade.

 

'Pode escolher qualquer cor, desde que seja preta'

 

Para finalizar, preciso forçar um pouco a minha memória para elencar aqui nossos modelos “T” da frota Caffarelli.

O mais antigo deles, 1908 (pelo menos no documento), até hoje está muito bem guardado e tem um excelente “pedigree”... Foi do já saudoso Juca Chaves.

Além desse, tivemos um 1910 (speedster), um 1917 “vovó Donalda”, um 1919 phaeton, um 1921 phaeton, um 1926 phaeton também. Acho que de modelo T foram esses...

Até a próxima!

 

 

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