Saúde & Alimentação

Por Wilson Rondó Júnior

drrondo@drrondo.com

SAÚDE E ALIMENTAÇÃO

Proteja-se de doenças crônicas aumentando o ácido butírico

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Publicado em 01/11/2021 às 10:14

Alterado em 01/11/2021 às 10:14

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As descobertas sobre ecologia intestinal cada vez mais têm trazido novidades. Agora, uma pesquisa observou a presença de uma nova bactéria intestinal nunca antes registrada. É a Dysosmobacter welbionis, uma cepa que está presente em pessoas saudáveis – mas não encontrada em pacientes com doenças crônicas como obesidade, diabetes e síndrome metabólica. A grande vantagem dessa bactéria é a produção de butirato, um ácido graxo de cadeia curta que promove:

• Redução da resistência à insulina
• Melhora da glicemia
• Aumento da energia mitocondrial
• Ação anti-inflamatória
• A produção de película protetora no intestino poroso
• A formação de novos neurônios no seu cérebro
• Alívio da doença de Crohn e doença inflamatória intestinal
• Alívio dos sintomas de depressão e ansiedade
• Modulação de resposta imunológica
• Proteção anticâncer

 

Como recuperar sua produção natural de butirato

Deve-se inicialmente evitar uma alimentação rica em alimentos processados com alto índice glicêmico, pois destroem as bactérias benéficas que criam butirato. Consuma alimentos ricos em butirato, como manteiga ghee ou manteiga normal proveniente de animais criados à pasto. Evite carne de animais criados confinados, pois se usam doses de antibióticos nesses confinamentos.

Procure por vegetais orgânicos, sem transgenia e defensivos que também acabam comprometendo a sua flora intestinal. Cuidado com adoçantes artificiais, pois estes também causam disbiose intestinal. Para substituir o açúcar, prefira a stevia pura.

Aumente a ingestão de fibra prebiótica (fibras insolúveis), que estimulam o crescimento e manutenção da microflora intestinal benéfica. Os alimentos que contém prebióticos, importantes na produção de butirato, são: chicória, alcachofra de Jerusalém, aspargo, alho, amêndoas, banana maçã, abacate, kiwi e grão de bico.

Além disso, você pode usar também suplementos nutricionais prebióticos, como:

Inulina
Uma fibra não digerível. Assim que atinge o intestino grosso, se transforma em um prebiótico que alimenta uma série de micróbios produtores de butirato. A raiz de chicória fresca é sua melhor fonte de inulina.

FOS (Fructo-oligosacrideos), GOS (Galcto-oligosacrideos) e XOS (xilo-oligossacarídeos)
Fibras vegetais que também aumentam o butirato, podendo ser usadas isoladas ou em conjunto.

Pectina
Esta fibra vegetal tem um potencial prebiótico menor que os anteriores, que são mais eficientes na produção de butirato.

Butirato (Ácido Butírico)
Os ácidos graxos podem ser usados na forma suplemento, mas não em concentrações excessivas (acima de 7 gramas por dia), pois podem promover agressão à mucosa intestinal. Os estudos mostram que o ideal é começar com 500 mg por dia e aumentar até 3 gramas, por um período de trinta dias.

Associar à ingesta de butirato os ácidos graxos essenciais como ômega-3, para nutrir as membranas celulares. Assim você aproveita ao máximo os benefícios do butirato para uma Supersaúde!

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Referências bibliográficas:
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• J Psychiatr Res. 2015 Feb;61:114-21
• Translational Psychiatry. 2018. 8(1)10:1038
• Fight Aging! 2019
• Gut. 2021 Jun 8

Dr. Wilson Rondó Jr.
CRM RJ 52-0110159-5
Cirurgião Vascular de formação e Nutrólogo
Registro nº 058357

 

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