Saúde & Alimentação

Por Wilson Rondó Júnior

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SAÚDE E ALIMENTAÇÃO

Conheça o uso de peróxido de hidrogênio no combate às infecções respiratórias

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Publicado em 07/11/2022 às 11:20

Alterado em 07/11/2022 às 11:20

Wilson Rondó Jr. Foto: JB

Há quase 20 anos venho falando sobre o peróxido de hidrogênio, popularmente conhecido como “água oxigenada”, tomando como base estudos que comprovam a sua eficácia para o tratamento de doenças respiratórias virais, gripes e resfriados. E, desde que comecei a tratar deste assunto, tenho recebido relatos impressionantes de pessoas contando os resultados satisfatórios que elas obtiveram.

Para se ter uma ideia, doutor David Brownstein, reconhecido médico de medicina familiar e diretor do Center for Holistic Medicine, localizado em Michigan, faz uso dessa terapia em seus pacientes há cerca de 30 anos, com resultados positivos e sem nenhum registro de efeito adverso.

Importante destacar ainda que, além de ser uma terapia segura e bastante acessível, o uso do peróxido de hidrogênio, em caráter preventivo e de suporte terapêutico, pode ser feito em casa tranquilamente, desde que seguidas as orientações corretas.

E vale lembrar também que quanto mais precoce for iniciado o tratamento, melhores serão seus resultados, apesar de haverem muitos depoimentos impressionantes mesmo em doenças em estágio avançado.

 

Como usar peróxido de hidrogênio no nebulizador

Para realizar o procedimento é necessário ter um inalador com suporte para máscara facial, pois dessa forma o peróxido de hidrogênio será melhor encaminhado aos seios da face, garganta, trato brônquico e pulmões. Ou seja, ele será direcionado exatamente para onde é necessário.

O próximo passo é diluir o peróxido de hidrogênio a 3% 10 volumes, que você encontra facilmente nas farmácias, com o soro fisiológico. A diluição não deve ser feita com água pura, pois a falta de eletrólitos na água pode agredir seus pulmões pelo diferencial osmótico que se forma.

Em termos de proporção para a inalação, use sete gotas de peróxido de hidrogênio e um flaconete de 10 ml de soro fisiológico.

Essa solução pode ser utilizada para prevenção e manutenção, sendo aconselhável durante épocas de gripe ou enquanto estivermos em risco de viroses. Para evitar que uma infecção se espalhe, o recomendado é começar o tratamento aos primeiros sinais de sintomas, tais como coriza e dor de garganta, usando o nebulizador de 10 a 15 minutos.

Se já estiver doente, faça isso a cada hora, até notar melhoras. Em seguida, reduza o intervalo para 4 a 6 horas e continue até que você tenha superado a doença.

 

Como funciona o peróxido de hidrogênio no organismo

Poucas pessoas sabem, mas as nossas células imunológicas produzem naturalmente o peróxido de hidrogênio em nosso organismo, o que pode inativar o vírus que está infectando as células. Logo, ao associarmos a terapia com peróxido de hidrogênio, haverá um maior potencial de eficiência das células imunológicas que desempenharão com maior potência a sua função natural de “matar o vírus”. Assim, a reprodução viral é interrompida, impedindo que ocorra a infecção de outra célula, e, consequentemente, a duplicação do processo infeccioso.

Todas as células do nosso corpo, produzem peróxido de hidrogênio, incluindo o revestimento epitelial dos pulmões. E, em condições de inflamação, há um aumento de geração do mesmo sendo eliminado pelas células superficiais nas vias aéreas o que caracteriza uma resposta imune ativa.

Outro fator relevante é que o peróxido de hidrogênio atravessa livremente as membranas celulares e reage com o ferro ligado aos patógenos, gerando água e radicais hidroxila - um agente oxidante potente que mata todos os patógenos presentes. Em condições normais e saudáveis, sem patógenos, o peróxido de hidrogênio simplesmente se decompõe em oxigênio e água.

 

Uso médico do peróxido de hidrogênio na história

A presença do peródixo de hidrogênio em sistemas vivos foi identificada a primeira vez em 1856. E, as descobertas do seu poder curativo, se deu há mais de 100 anos.

Em 1888, o primeiro uso médico do peróxido de hidrogênio foi descrito pelo Dr. P. Love Cortelyon, da Georgia. O médico usou a “água oxigenada” no tratamento de diversas doenças nasais e de garganta, incluindo febre escarlate, difteria, catarro nasal, coriza aguda, tosse convulsa, febre do feno, asma e amigdalite, com sucesso.

Em um caso em particular, Dr. P. Love Cortelyon usou o peróxido de hidrogênio em spray nasal para tratar uma pessoa com difteria - uma doença que frequentemente levava os enfermos a óbito naquela época. A boa notícia é que o paciente que recebeu a terapia com o peróxido de hidrogênio se recuperou em um único dia.

No entanto, mesmo com esses resultados, somente em 1894 ocorreu a extração pela primeira vez de peróxido de hidrogênio 100% puro.

A substância também demonstrou grande eficácia quando utilizada em forma de injeção intravenosa no tratamento da pneumonia por influenza, durante uma epidemia pós-Primeira Guerra Mundial.
De 1922 para cá, há registro de mais de 6 mil artigos científicos sobre o poder curativo do peróxido de hidrogênio.

 

E o que dizem os estudos mais recentes?

– Poultry Science, 1994: Investigação sobre o uso de peróxido de hidrogênio contra uma variedade de patógenos, e no caso, inativando completamente o vírus da laringotraqueíte infecciosa com uma névoa microaerossolizada de peróxido de hidrogênio a 5%.

– American Society for Microbiology, 1997: De acordo com os autores desse estudo, “o vapor de peróxido de hidrogênio foi virucida contra calicivírus felino, adenovírus, TGEV e vírus da influenza aviária no menor volume vaporizado testado (25mL) ”. Além disso, reduziu a infecciosidade do vírus da doença de Newcastle, vírus da bronquite infecciosa e vírus da gripe aviária, mas não os inativou completamente.

– American Journal of Infection Control, 2009: O estudo mostrou a eficácia do peróxido de hidrogênio vaporizado contra vírus em várias superfícies, descobrindo que a exposição ao vapor de peróxido de hidrogênio a uma concentração de 10 partes por milhão resultou em 99% de inativação após 2,5 minutos.

– British Journal of Pharmacology, 2012: Numa avaliação do potencial terapêutico do peróxido de hidrogênio no tratamento do AVC isquêmico o estudo apontou que “… à luz de descobertas recentes, [o peróxido de hidrogênio] está sendo reconhecido como uma molécula endógena ubíqua da vida, pois seu papel biológico foi melhor elucidado. Na verdade, evidências crescentes sugerem que H2O2 pode atuar como um segundo mensageiro com um papel pró-sobrevivência em vários processos fisiológicos …”

– Journal of Hospital Infection, 2014: O uso de vapor de peróxido de hidrogênio eliminou uma série de vírus no aço inoxidável, incluindo adenovírus humano 1, gastroenterite, coronavírus transmissível de porcos (TGEV, um substituto do SARS-CoV), vírus da influenza aviária e vírus da gripe suína.

– Journal Vaccine, 2016: Mostra a capacidade do peróxido de hidrogênio a 3% de inativar completamente e de forma irreversível o vírus da raiva em duas horas, reduzindo assim o tempo e o custo do processo de inativação necessário para a produção de uma vacina contra a raiva (que contém o vírus da raiva inativado).

– Journal of Hospital Infection, 2020: Avaliação do uso de peróxido de hidrogênio a 0,5%, seis vezes mais fraco do que os 3% normalmente usados, descobrindo-se que ele matou o vírus semelhante ao SARS e MERS.

 

Com base nesses estudos fica evidente o quanto o peróxido de hidrogênio pode ser um grande aliado para a nossa saúde.

Mas atenção! Não é recomendado o uso do peróxido de hidrogênio (“água oxigenada”) em casos de dores de ouvido, secreção purulenta ou perfuração do tímpano. Nessas situações você deve ter uma avaliação do seu médico.

Supersaúde!


Referências bibliográficas:

- FEBS Letters. Dec 2000; 486(1): 10-13
- The Journal of Clinical Investigation. May 1975;55(5):945-955
- Biomedicine & Pharmacotherapy. Jan 2019; 109:2119-2127
- Respiration. 2012; 84:291-298
- Neuroscientist. May 12, 2012;17(4):389-406
- Nature Reviews Molecular Cell Biology. 2020, 10.1038/s41580-020-0230-3
- British Journal of Pharmacology. 2012 Jun; 166(4): 1211–1224
- J Hosp Infect. 2020 Mar;104(3):246-251
- Poultry Science. Oct 1994; 73(10): 1511-1516
- American Journal of Infection Control. Dec 2009; 37(10): 813-819
- Journal of Hospital Infection. April 2014; 86(4): 255-259
- Applied and Environmental Microbiology. Oct 1997, 63 (10) 3916-3918
- Vaccine. Feb 3, 2016; 34(6): 798-802
- 5 usos da água oxigenada para sua saúde – www.DrRondo.com
- Terapia com H2O2: Combata Centenas de Doenças com Centavos – www.DrRondo.com

 

Dr. Wilson Rondó Jr.
CRM RJ 52-0110159-5
Cirurgião Vascular de formação e Nutrólogo
Registro nº 058357

 

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