Saúde & Alimentação

Por Wilson Rondó Júnior

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SAÚDE E ALIMENTAÇÃO

O que você precisa são as gorduras certas

Publicado em 24/06/2024 às 11:24

Alterado em 24/06/2024 às 11:24

Gorduras e seu cérebro

Sessenta por cento do seu cérebro são compostos de gordura. Fosfolípides, que contêm 50% de gordura saturada, ajudam na saúde cerebral.
Quando consumimos gordura saturada, o nosso cérebro tem um tipo de funcionamento, e quando consumimos gordura poliinsaturada, nossa queima cerebral fica comprometida.
Em estudo recente, ratos alimentados com óleo vegetal com baixa concentração de gordura saturada e pouco Omega 3 tiveram mais derrames e diminuição de expectativa de vida.

Gorduras e suas células

Gordura saturada mantém a integridade celular em todas as células do seu corpo. Por quê? Porque toda membrana celular é teoricamente feita de 50% de gordura saturada.
Quando nós consumimos muito óleo poliinsaturado e pouca gordura saturada, nossas células não funcionam corretamente. Os ácidos graxos que compõem a membrana celular precisam ser saturados para que a célula tenha a necessária estrutura e integridade, além de funcionar corretamente. Quando a parede celular não contém gordura saturada suficiente, ela fica sem sustentação e não trabalha corretamente.

Gorduras nos seus ossos

Um estudo publicado em 1996 no American Oil Chemist Society Proceedings mostrou que o cálcio para ser efetivamente incorporado na estrutura esquelética, 50% da gordura da alimentação devem ser de saturada. Por que Osteoporose se tornou um problema nos dias de hoje? Uma das razões é a falta de gorduras como o óleo de coco e manteiga na nossa dieta.

Gordura e seu fígado

Em qualquer livro de bioquímica você verá que gordura saturada protege o seu fígado contra toxinas como o álcool e tylenol. A tradução de se consumir banha de porco e manteiga antes de exagerar na bebida é baseada na boa ciência (apesar de sempre devermos consumir álcool com moderação!).
Hoje, onde se consome mais gordura poliinsaturada do que gordura saturada, os problemas de fígado se tornaram mais comuns.

Gordura e seu coração

Gordura saturada gera energia para o coração em momentos de estresse. Os estudos têm mostrado que gordura saturada é o alimento preferido pelo coração, porque em volta desse órgão há uma proteção com gordura saturada.

Além disso, dois estudos têm mostrado que gordura saturada na alimentação diminui no sangue a Lp(a), que (ao contrário do colesterol) é um bom preditor de doença cardíaca. Além do mais, gordura saturada ajuda a reduzir níveis de Proteína C Reativa, um indicador de inflamação, o que é responsável por doença cardíaca
Níveis de HDL colesterol e LDL não são bons preditores de doença cardíaca, que aparecem na mesma proporção nos indivíduos com colesterol baixo ou alto.

Gordura e seus pulmões

Os pulmões não funcionam sem a quantidade adequada de gorduras saturadas na alimentação. Isso porque os ácidos graxos presentes no líquido surfactante do pulmão (uma substância fluida que permite que os pulmões funcionem) são normalmente 100% saturados. Quando se consome muito óleo parcialmente hidrogenado e óleos vegetais, gorduras trans e ácidos graxos poliinsaturados, o resultado é um mau funcionamento pulmonar por falta de gordura saturada.

Estudos recentes têm mostrado que crianças que consomem muito óleo poliinsaturado têm maior propensão de ter asma, enquanto as que consomem mais gordura da manteiga apresentam muito menos incidência da doença. Na verdade, as mudanças do consumo do tipo de gordura nos últimos 30 anos explicam o aumento da incidência de todos os tipos de doença pulmonar, incluindo asma e câncer de pulmão.

Gordura e seus rins

Omega 3, gordura saturada e colesterol agem juntos de forma sinérgica para manter a função renal normal, que é crítica para a manutenção da pressão arterial e filtração de toxinas do corpo. Alto consumo de óleos poliinsaturados por ratos em um estudo mostram a agressão renal, além de agressão cerebral.
O óleo de coco também melhora a função renal por fornecer um ácido graxo saturado chamado ácido mirístico, que desempenha papel vital na bioquímica renal.

Gordura e seus hormônios

Hormônios são mensageiros do corpo, agindo com o cérebro, sistema nervoso, glândulas e afetando centenas de funções corpóreas. Os hormônios requerem a gordura certa para o funcionamento correto; o seu corpo não produz hormônio do estresse e sexual sem a presença de vitamina A, fornecida exclusivamente por gordura animal de alimentos como fígado, frutos do mar e Omega 3. No caso do consumo de gordura errada, como o óleo poliinsaturado, se promove a inibição da produção de hormônio sexual e do estresse, levando a problemas como desequilíbrio de glicemia, metabolismo mineral e reprodução.

Gorduras e prostaglandinas

Hormônios que agem localmente são as prostaglandinas. Há 3 classes de prostaglandinas que são feitas de Omega 3 e duas outras de Omega 6. Para uma ótima produção e equilíbrio das prostaglandinas, necessitamos do bom equilíbrio entre Omega 3 e Omega 6 em proporção aceita como normal, e até duas vezes de Omega 6 para 1 vez de Omega 3. Porém, atualmente, com o uso de óleos poliinsaturados, essa relação desequilibra muito a favor de Omega 6, ou seja, chega a ser 50 de Omega 6 para 1 de Omega 3.
Com isso há aumento de inflamação no organismo (sabido ser a causadora das doenças degenerativas), ganho de peso, alergias, asma, e mesmo alcoolismo e câncer.
Óleo de coco em conjunção com Omega 3 recupera essa relação para níveis saudáveis.

Gordura e comunicação celular

Tanto o ácido mirístico como o ácido palmítico, ambos originários do óleo de coco, estão envolvidos no complexo processo de comunicação celular.

 

Referências bibliográficas:

- American Journal of Clinical Nutrition January 13, 2010

- American Journal of Clinical Nutrition 91: 502-509; January 20, 2010

- The Netherlands Journal of Medicine September 2011; 69(9):372-8

 

Dr. Wilson Rondó Jr.
CRM RJ 52-0110159-5
Cirurgião Vascular de formação e Nutrólogo
Registro nº 058357

 

 

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