Entendendo a relação entre a doença de Parkinson e a sua ecologia intestinal
A doença de Parkinson afeta cerca de 10 milhões de adultos em todo o mundo. Sua incidência aumenta com a idade, sendo mais frequente em homens. É um distúrbio neurológico progressivo causado pela destruição de neurônios e células cerebrais produtoras de dopamina. Frequentemente só se chega ao diagnóstico quando as células cerebrais já foram afetadas e morreram. Manifesta-se com tremores, movimentos lentos, membros rígidos, capacidade reduzida de expressões faciais, além de marcha arrastada, postura inclinada e incapacidade de se mover. Conforme progridem essas limitações, pode-se desenvolver depressão e até demência.
A grande ênfase das pesquisas atuais é determinar como intervir o mais precocemente na doença. Estudos têm demonstrado uma ligação entre o microbioma intestinal e o Parkinson. Essa compreensão da interação do intestino no desenvolvimento da doença, segundo Dr. Filip Scheperjans, do departamento de neurologia do Helsinki University Hospital, na Finlândia, é fundamental no tratamento. Outras pesquisas também mostram uma clara associação entre o desenvolvimento da doença e o microbioma intestinal. Os mesmos agregados de alfa-sinucleína encontrados no cérebro e reconhecidos como presentes em pessoas com doença de Parkinson, são encontrados no intestino (sistema nervoso entérico) dos pacientes.
Possivelmente, uma condição de intestino “poroso”, aonde há hiperpermeabilidade intestinal, acaba desencadeando a agregação da proteína alfa-sinucleína ao redor dos nervos entéricos, resultando em sintomas gastrointestinais precoces muito antes dos sintomas neurológicos. Isso sugere que os agregados de proteína podem começar no intestino e migrar para o cérebro... Apesar das evidências, muitas pesquisas sobre o assunto ainda giram em torno de outros fatores, porém, como temos visto que “todas as doenças começam no intestino”, é importante esse enfoque diagnóstico e terapêutico.
Importância da ecologia intestinal
A ciência tem evidenciado a importância e influência da sua ecologia intestinal na expressão genética, ativando ou desativando genes, dependendo de quais micróbios estão no seu intestino. Portanto, para reduzir riscos e melhorar sua saúde, foque no seu microbioma intestinal. Procure fazer uma dieta cetogênica cíclica, com óleos bons em grande quantidade, proteínas em moderação, carboidrato virtualmente zero e muitas fibras vegetais. Inclua alimentos fermentados como: iogurte de leite cru de animais a pasto, além de lácteos cultivados, como queijo e kefir, chucrute, picles e outros vegetais fermentados, kimchi e natto,
sopa de missô.
Associe também um bom suplemento probiótico. Existe uma diversidade de suplementos disponíveis, mas procure um com lactobacilos acidophilus, que têm eficiência em atravessar a acidez gástrica e secreção biliar, garantindo que cheguem ao colón no mínimo 200 milhões UFCs. Fique atento ao escolher, pois há diversos produtos com altíssimas concentrações, mas que acabam não atendendo essa necessidade real. Supersaúde!
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Referências bibliográficas: Journal of Parkinson’s Disease, 2018;8(1):S31 / Medical News Today, February 11, 2019 / Parkinson’s Association of the Carolinas, Facts about Parkinson’s / Michael J Fox Foundation, Alpha-synuclein and Parkinson's Disease / Nature 1997;388:839-840 / Nat Rev Neurosci 2006;7:207-19 / Annu Rev Neurosci 1999;22:123-44 / Probióticos: papel crucial na sua saúde – www.DrRondo.com