Comidas possíveis
A Impossible Foods, startup que produz hambúrgueres de proteína vegetal semelhantes aos da animal, quer expandir sua atuação para além dos restaurantes e finalmente figurar nas prateleiras dos supermercados norte-americanos, trazendo uma forte concorrência à rival Beyond Meat Inc. Para que esse passo fosse dado, foi preciso uma petição à Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos para que as regras de uso de hemoglobina de soja fosse considerado seguro como um aditivo de cor na imitação de carne bovina, um dos grandes obstáculos para a comercialização do produto cru nos supermercados. Mas esse é apenas mais um caminho que a empresa do hambúrguer veggie está trilhando. Ainda que sua comercialização esteja limita aos restaurantes, o sucesso é evidente: o “hambúrguer impossível” já é oferecido em grandes cadeias de restaurante e, recentemente, fechou um acordo para ser vendido em todos os 7.300 Burger Kings dos EUA até o final do ano.
Ainda no sentido de expansão e para atender o crescimento que seguirá, a Impossible Foods assinou um contrato com o produtor global de alimentos OSI Group para ampliar a produção.Esse movimento que a startup está fazendo apenas comprova que a revolução na tecnologia de alimentos está acontecendo e os próximos anos devem trazer ainda mais inovações ao setor.
A MALDIÇÃO DO SEGUNDO TRIMESTRE
Se na mitologia a maldição significa uma ação efetiva de um poder sobrenatural, no caso da Spotify Technology SA sua adversidade vem dos números negativos. No segundo trimestre deste ano, seu crescimento foi mais lento do que os investidores esperavam. A empresa de streaming de música encerrou esse período com 108 milhões de assinantes em seu serviço premium, um pouco abaixo dos 108,5 milhões previstos. Além disso, as ações caíram até 6,1% no pregão de Nova York.
Uma outra preocupação que assombra os investidores é o quanto a concorrência da Apple Inc., da Amazon.com Inc. e do YouTube da Alphabet Inc. possam desacelerar o crescimento do Spotify.
Mas nem só de receios está vivendo a empresa do maior serviço de música online pago do mundo. Um bom impulso que pode afastar os atuais infortúnios é o latente sucesso dos podcasts. O investimento na programação não musical está intenso, tanto que o Spotify redesenhou seu aplicativo para melhorar a escuta desse tipo de conteúdo e investiu US$ 400 milhões para adquirir empresas de podcasting este ano.
A REDE E O TERROR
Até que ponto uma rede social pode ser responsabilizada por conteúdo impróprio e violento? Pautado no entendimento de que um serviço de computador interativo não é o editor de informações de terceiros quando utiliza ferramentas projetadas para combinar com os interesses do consumidor, o Facebook não enfrentará os tribunais no caso das vítimas dos ataques do Hamas, terroristas islâmicos que controla a Faixa de Gaza.
O grupo entrou com um processo contra a empresa em 2016, alegando que ela forneceu ao Hamas uma plataforma de comunicação que permitia os ataques. O pedido foi rejeitado em 2017, concluindo que a Lei de Decência das Comunicações de 1996 previne a responsabilidade civil por reclamações que tratam provedores ou usuários de serviços de computador como editor ou orador de informações fornecidas por outra pessoa.
Dessa vez, as vítimas do terrorismo argumentaram que as empresas de mídia social poderiam ser responsabilizadas sob a Lei Antiterrorismo dos EUA, mas a decisão anterior foi mantida.
Se para quem sofre o Facebook contribui no desenvolvimento do conteúdo terrorista, para a Corte norte-americana e alguns especialistas, sem a imunidade da lei, a rede estaria inclinada à censura.