‘Priscilla’: filme raso que faz de Elvis o vilão

Cotação: duas estrelas

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Se você espera ter algum vislumbre de como era a vida de princesa trancafiada de Priscilla Presley, a primeira (e única) esposa oficial de Elvis Presley, não terá quase nada, além de um breve vislumbre, em ‘Priscilla’, o novo filme de Sofia Coppola. Baseado em biografia da própria Priscilla (‘Elvis and Me’, de 1985), livro que provocou controvérsia na época de lançamento por mostrar a relação de Elvis com uma Priscilla ainda menor de idade (Elvis tinha 24 anos; e Priscilla, apenas 14). Por isso, ele esperou até ela estar maior de idade para se casarem e terem relações sexuais, segundo consta. E mostram no filme.

A diretora aproveitou o tema e os personagens apenas para desfilar a cartilha atual de Hollywood. Que é a de tornar todo homem branco um ser manipulador e tóxico (sem levar em conta que os tempos eram outros). Você não entende realmente quem era a Priscilla (feita, muito bem, pela novata Cailee Spaeny) em seus tempos com Elvis. Ao ler partes do roteiro, antes de falecer, em janeiro passado, a filha única do casal Elvis-Priscilla Presley, Lisa Marie Presley, ficou preocupada como seu pai estava sendo tratado (‘Meu pai só aparece como predador e manipulador. Como filha dele, eu não vejo nada do meu pai nesse personagem’, disse Lisa Marie em carta à diretora, no final do ano passado, tentando demove-la de fazer o filme ou, pelo menos, de mudar algumas partes do roteiro).

Mas não há nada que se possa fazer contra, já que a própria Priscilla autorizou tudo e é coprodutora executiva do filme, que é bem feito. Mas é lento e algo soporífero. A elogiar, além da atriz principal, o ator que faz Elvis, Jacob Elordi (da série de TV ‘Euphoria’), que é muito mais alto do que Elvis. Mas isso parece não importar à diretora, que, pela cena final, parece ter feito o filme apenas para dizer que Priscilla se tornou uma mulher livre e plena só quando se separou de Elvis. Menos.

Mas, entre erros e acertos, o recente ‘Elvis’, de Baz Luhrmann, é bem mais interessante que este (por mostrar os lados bons e ruins do astro, está no HBO Max). ‘Priscilla’ chegará em breve ao streaming MUBI, ainda sem data definida.

STREAMINGS+
*A partir de hoje, está disponível no AppleTV+ o novo filme de Martin Scorsese, ‘Assassinos da Lua das Flores’, com Leonardo DiCaprio, Robert DeNiro e a ganhadora do Globo de Ouro Lily Gladstone.

*O grupo WarnerDiscovery vai extinguir na América Latina, a partir de fevereiro, os canais Glitz*, i.Sat e Much Music. O Glitz* já está fora do Brasil faz tempo. O i.Sat está disponível em poucas operadoras. E o MuchMusic já tentou entrar no Brasil, mas isso nunca aconteceu.

*Em exibição no serviço de streaming gratuito ViX, “Por siempre RBD”, especial que conta com apresentações da turnê “Soy Rebelde Tour”, do grupo mexicano, com imagens inéditas dos bastidores.

*Neste mês de janeiro, o canal Dreamworks exibe no Brasil episódios inéditos da série animada ‘Spirit: cavalgando livre’.

*’O Regime’ (sobre um regime autoritário que está prestes a se desfazer), é a nova minissérie Original da HBO. Estrelada por Kate Winslet e dirigida por Stephen Frears, estreia domingo, dia 3 de março, às 21h, na HBO e na HBO Max. Terá seis capítulos.


*O novo longa de Hayao Miyazaki (‘A viagem de Chihiro’), ‘O menino e a garça’ (‘The boy and the heron’), será lançado no Brasil em março. É produzido pelo Estúdio Ghibli, e foi indicado em duas categorias no Globo de Ouro, tendo ganhado como Melhor Longa em Animação.

*A quarta temporada da série animada de Mr. Bean foi confirmada e será exibida em 2025. Aqui, passa no canal Boomerang.

*Chegou no Paramount+ a nova série original, ‘Os Agentes da Transformação’. A série acompanha uma equipe de cineastas que viajam pelo mundo para registrar o trabalho de vários ativistas notáveis, e o impacto em suas respectivas comunidades.

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.