Os 40 anos de ‘Dublê de corpo’, que está no Max

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O clássico cult 'Dublê de Corpo', de Brian De Palma, está no catálogo do Max, ainda que não na nova versão restaurada em 4k

O thriller erótico de 1984 de Brian De Palma, ‘Dublê de corpo’ (‘Body Double’), foi visto por poucos na época. Em parte porque ganhou um ‘X’ da MPAA (Motion Pictures Associated of America, que classifica os filmes nos EUA), como os filmes pornográficos. De Palma cortou um dobrado até chegar na versão R (18 anos) aceitável. Mas isso não foi o bastante.

O filme, que hoje é considerado o seu melhor (o diretor está com 84 anos), ganhou edição especial em 4K para comemorar o seu 40º aniversário. E está disponível no catálogo do streaming Max (mas na versão granulada). É extremo de todas as maneiras: sangrento, violento, sexy, estilizado, ridículo e, de alguma forma, impossível de levar muito a sério. O filme fracassou nas bilheterias (assisti numa sessão vazia, no extinto Bruni Ipanema, adorei), e De Palma foi indicado ao Framboesa de Ouro de Pior Diretor. Injusto. Mas o tempo sempre vinga.

‘Dublê de Corpo’ é o tipo de filme que só poderia funcionar nas mãos de De Palma. É um thriller completamente envolvente a serviço de uma história absurda. Num mix de clássicos de Hitchcock, como ‘Vertigo’ e ‘Janela Indiscreta’, a trama segue um ator claustrofóbico desempregado (Craig Wasson) que pega sua namorada o traindo e, sem teto (ela era dona da casa), acaba tomando conta de apartamento que parece a casa dos Jetsons em Hollywood Hills. Lá ele fica obcecado por mulher misteriosa que mora no prédio em frente, que faz uma dança erótica toda noite, no mesmo horário. A série bizarra de eventos que se segue (incluindo um assassinato) joga nosso herói no meio da indústria pornográfica dos anos 1980, onde ele então se apaixona por Holly Body (Melanie Griffith no papel que a revelou, e um dos melhores de sua carreira), uma artista que pode ou não ter uma conexão com a mulher na janela.

‘Dublê de Corpo’ é cult hoje. Mas é o tipo de filme que ninguém poderia fazer atualmente. Por isso, aproveite enquanto ele está no Max, sem cortes (com direito ao infame clip sadomasô de ‘Relax’, do Frankie Goes To Hollywood). Revi, mais de 30 anos depois, e foi como a primeira vez: continua provocante!

STREAMINGS+
*A primeira viagem dos Beatles aos EUA, em 1964, virou um documentário produzido por Martin Scorsese, que irá estrear no Disney+ em 29 de novembro. Dirigido por David Tedeschi, ‘Beatles ´64’ terá cenas nunca antes mostradas da turnê.

*A Netflix anunciou a data de estreia da série ‘Black Doves’: 5 de dezembro. A produção, com Keira Knightley, Ben Whishaw e Sarah Lancashire, é uma trama de espionagem.

 


*A terceira temporada nem estreou, e o Prime Video anunciou que renovou a série ‘Reacher’ para uma quarta temporada. A terceira, estrelada por Alan Ritchson, é baseada no sétimo livro da série best-seller de Lee Child, ‘Persuader’.
*‘Slow Horses’, que acabou de encerrar a sua quarta temporada no AppleTV+, tem quinta temporada garantida. Já ‘Silo’, também da Apple, estreia a segunda temporada em 15 de novembro.
*A Netflix anunciou a data de estreia dos primeiros 8 episódios de ‘Cem anos de solidão’, adaptação da obra-prima de Gabriel Garcia Marquez. A primeira parte chega em 11 de dezembro de 2024. Com direção de Laura Mora e Alex García López, a série foi inteiramente filmada em espanhol e na Colômbia, com o apoio da família de García Márquez.
*Bons filmes nos streamings: ‘Tipos de gentileza’, de Yorgos Lanthimos, (Disney+); ‘É assim que acaba’ (ainda nos cinemas, no Max); ‘Imaculada’, com Sidney Sweeney (Prime Video).

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