Naturalização e exotização da favela

Por Mônica Francisco*

Termos as favelas existindo hoje ainda como solução habitacional para superar ou melhor, desviar o foco do débito que existe nesta área com a maiores parte da população trabalhadora, já é um escândalo histórico.

Submeter essa população pagadora de impostos, ao contrário do que pensa uma outra parcela da população, ao desabastecimento de água por longos períodos, é uma das piores humilhações. É de todo indigno.

É a constatação de um dos maiores erros cometidos por nossa pátria. Com a naturalização e a exotizacão do lugar, consolidou-se a negação do diretor a morar.

Mas de todas as  práticas que são o retrato da manutenção do racismo institucional e das injustiças ambiental, social e econômicas, a recorrência das ações que produzem a morte violenta dos seus moradores e moradores e as mortes decorrentes de outras causa, tendo o meio ambiente em que estão submetidos como causa principal, beira o insano.

Não podemos permitir que não seja ao menos provocada essa reflexão, e seja posta de lado. Como resultado de uma sociedade cada vez mais individualista, doente, carente de significado, recebemos como produto de tudo isso, uma completa desumanização do diferente.

Estes sofrimentos invisibilizados, silenciados, desqualificados e minimizados, demonstram a urgente necessidade de mudança da nossa sociedade.

Ou caminhamos nesse sentido agora ou nos perderemos todos(as).

*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do GrupoArteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)