Cotidiano à italiana: confira a crítica de "A vida em família"

Por Ana Rodrigues*

Caloroso, no melhor espírito italiano, a comédia “A vida em família”, de Edoardo Winspeare, retrata o cotidiano de Disperata, cidadezinha bem distante da riqueza arquitetônica de Roma ou Florença. É uma Itália precária e provinciana, mas nem por isso sem alma. O prefeito Filippo Pisanelli (Gustavo Caputo) se sai melhor como poeta do que na administração pública e tem dificuldade de negociar com opositores. Prestando serviço como professor no presídio, o prefeito conhece Pati (Claudio Giangreco), um ladrão, que se sai melhor como aluno de literatura do que como mafioso e está arrependido da vida criminosa. O irmão de Pati, Angiolino (Antonio Carluccio), insiste nos roubos com algum espírito romântico.

Uma mulher é liderança do comitê da cidade, conectada aos três personagens masculinos. Eufemia (Celeste Casciaro) é ex-mulher de Pati, cunhada de Angiolino e tem uma relação afetuosa com Filippo, apesar dos debates fortes na Câmara Municipal. Comerciante local, quer evitar que o filho caia no mundo do crime da família.

Pequenas histórias são contadas ao longo do filme, entre o apego ao passado e questões sobre o futuro da cidade. O catolicismo está o tempo todo presente e a devoção do ladrão Angiolino pelo Papa Francisco é um dos melhores momentos da trama. O resultado é simpático, mesmo com personagens caricatos e alguns pouco desenvolvidos.

* Membro da ACCRJ

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A VIDA EM FAMÍLIA: ** (Regular)

Cotações: o Péssimo; * Ruim; ** Regular; *** Bom; **** Muito Bom