Crítica - Duas rainhas: Um jogo de trono da vida real
*** (Bom)
Segundo historiadores, nunca houve um encontro entre as rainhas Mary, da Escócia, e Elizabeth, da Inglaterra. Contudo, o Dr. John Guy, através de seu livro ‘Queen of Scots: the true life of Mary Stuart’, conseguiu provar, através de escritos antigos, obtidos em leilão, que tal encontro aconteceu, ainda que sob segredo. É neste livro que se baseia a trama de ‘Duas rainhas’ (‘Mary, Queen of Scots’).
E, isso -- e muito mais --, é contado, nesta suntuosa produção, dirigida por Josie Rourke, especializada em dramas de época e peças de teatro idem, na Inglaterra. Com seu background, todo o clima, para quem gosta desse tipo de obra, está lá: atuações, texto, ambientações, tudo extremamente bem cuidado. Salta aos olhos, também, a segura interpretação de Saoirse Ronan (de ‘Ladybird’), como Mary, que amadureceu muito bem, de seus papéis de mocinhas puras para mulher e soberana.
Sua rival, Elizabeth I, é feita pela australiana Margot Robbie, que se utiliza até de prótese para ficar mais fiel à sua personagem. As duas, só contracenam mais para o final do filme. Já que, oficialmente (e, mesmo entre elas), o tal encontro nunca aconteceu. Mas, foi o bastante, para selar a sorte da escocesa. E dar início ao que, até hoje, incomoda o Reino Unido: a guerra religiosa entre católicos e protestantes.