"Desejo e Reparação' - Adaptação britânica brilha mais uma vez

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Agência EFE

LOS ANGELES - Sem o apoio unânime da imprensa especializada, mas com o aval dos prêmios conquistados no Bafta e no Globo de Ouro, 'Desejo e Reparação', a quintessência da sofisticação britânica de 2007, concorre a sete estatuetas do Oscar, apoiado no sucesso de sua base literária, o livro 'Atonement', de Ian McEwan.

Após filmar 'Orgulho e Preconceito', de Jane Austen, o diretor Joe Wright volta a contar com sua atriz-fetiche, Keira Knightley, neste romance de época, que conta a história de um amor interrompido por vicissitudes pessoais e históricas antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial.

"Desejo e Reparação' trata da irreversibilidade das ações, descreve de uma maneira fiel, rítmica e original o cortejo amoroso e faz uma hábil radiografia das obsessões infantis. Dividido em duas partes, se passa num casarão de estilo vitoriano da Inglaterra pré-guerra e, depois, faz uma espetacular recriação do conflito.

Além de ter sido indicado em categorias técnicas - direção de arte, figurino, fotografia e música -, o longa concorre ainda aos prêmios de roteiro adaptado e atriz coadjuvante (Saoirse Ronan). Porém, o Globo de Ouro e o Bafta de melhor filme fizeram a fita perder fôlego na corrida pelo principal prêmio da noite do Oscar.

No retrospecto da premiação, desde 1989, apenas 'Conduzindo Miss Daisy' recebeu o prêmio de melhor filme sem ter seu diretor indicado, algo que, a priori, dá chances a 'Desejo e Reparação', cujo realizador não foi lembrado pela Academia de Hollywood.

No entanto, desde 'O Último Imperador', premiado em 1987, nenhuma produção européia levou o Oscar de melhor do ano.

Além de ter tido uma bilheteria considerável nos EUA, onde arrecadou US$ 47 milhões, o longa de Joe Wright foi um grande sucesso de bilheteria na Europa, especialmente no Reino Unido, tendo faturado mais de US$ 110 milhões no mercado internacional até o momento.