"Matadores de Vampiras" ironiza clichês do gênero
Rodrigo Zavala, REUTERS
SÃO PAULO - Se há um tema em voga no cinema, basta esperar alguns meses para que apareçam produções para debochar dele. Neste caso é a sucessão de obras vampirescas em que "True Blood" e "Crepúsculo" são apenas alguns exemplos.
Escrito pelos roteiristas Paul Hupfield e Stewart Williams (da MTV inglesa), "Matadores de Vampiras Lésbicas" é um exemplo típico: com um título poderoso, ridiculariza todas as referências possíveis do gênero.
Como aconteceu em "Todo Mundo Quase Morto" (2004), que caçoava de zumbis, "Matadores de Vampiras" destila um poderoso humor juvenil sobre essas criaturas que, há muito tempo, aterrorizam espectadores. O filme estreia em circuito nacional, em cópias legendadas e dubladas. As dubladas têm a participação do cantor João Gordo.
Tudo começa em um passado nebuloso, quando uma rainha vampira (lésbica), Carmilla (Silvia Colloca, de "Van Helsing - O Caçador de Monstros"), se envolve com a esposa do barão Wolfgang MacLaren na remota Cragwich, Inglaterra. Antes de ser assassinada, Carmilla roga uma maldição: quando completarem 18 anos todas as moças do vilarejo se tornarão vampiras lésbicas.
Os séculos passam e encontramos os amigos Fletch e Jimmy (James Corden e Mathew Horne, dupla-coqueluche da BBC). Enquanto o primeiro é um romântico, apaixonado pela namorada que já o esnobou oito vezes, Jimmy é um beberrão tagarela que só pensa em sexo - uma espécie de Seth mais velho, o personagem gordinho interpretado por Jonah Hill, em "Superbad - É Hoje".
Para esquecer seus problemas, os amigos marcam uma viagem pelo interior do país, com passagem por Cragwich, onde encontram um grupo de cinco lindas garotas por quem irão se apaixonar. O que eles não sabem é que acabam de entrar em um ninho de vampiras lésbicas.
Como desde o começo já se sabe que Fletch é um descendente distante do barão (ambos interpretados por Corden), entende-se que ele é o único que pode impedir a volta de Carmilla. Um pretexto para incluir uma lista de profecias, rituais e magias tão caros aos filmes de terror B.
O diretor do filme, Phil Claydon, chegou a dizer que se inspirou nos clássicos da Hammer Films, produtora inglesa que ficou famosa pelas versões de Frankenstein e Drácula nos anos 1950. Essas produções colocaram Peter Cushing e Christopher Lee no caminho anteriormente percorrido por Boris Karloff e Bela Lugosi. Mas a afirmação do diretor é um evidente exagero.
Como deboche, "Matadores de Vampiras Lésbicas" serve ao seu público, inquestionavelmente adolescente, faminto por diversão digestiva. O filme, possivelmente em tom de piada, já dá indícios de uma continuação: os matadores de lobisomens gays. Para rir.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb