Beyoncé: a deusa pop com 25 mil a seus pés
Taís Toti, Jornal do Brasil
FLORIANÓPOLIS - As luzes se acendem e lá está a bela silhueta de Beyoncé, que inicia com Dèja vu e já emenda com Crazy in love, hit que iniciou (explosivamente) sua carreira solo. Ela canta fazendo até os mesmos gestos e caretas que se vê nos shows em DVD, não trazendo muitos improvisos ou novidades. Mas isso não chega a ser problema já que, gravado ou ao vivo, o resultado é sempre sensacional. Estamos no Parque Planeta, em Florianópolis, assistindo ao início da primeira turnê brasileira da cantora ganhadora de seis Grammy, que começou na quinta-feira e chega ao Rio de Janeiro hoje e amanhã, no HSBC Arena.
O telão fica vermelho para a performance de Naughty girl, enquanto a americana dança e desfila elegantemente com seu maio dourado com um generoso laço no, aham, derrière. A gritaria é tanta que a primeira palavra que Beyoncé troca com o público é uau .
Estou muito contente de estar no Brasil. Obrigada por manifestarem tanto amor. Vocês vinham tuitando e pedindo pela internet para eu vir para cá disse a cantora.
Ela ainda dá um alô para o público que está lá atrás : São eles que se divertem mais . Durante as várias trocas de roupa da diva (10, ao todo), é o telão e a banda Suga Mama que entretém com sucesso a plateia. Pode parecer estranho que em algumas músicas o palco seja dominado apenas pelos telões de vídeo, sem a presença da cantora, mas a solução funciona bem, como em Sweet dreams, que agita o público mesmo sem a morena escultural presente. O telão é um dos responsáveis principais pela grandiosidade do show e proporciona a visão de momentos como as imagens da cantora ainda criança, cantando em sua casa.
Beyoncé agora veste maiô branco, com uma capa também branca. No alto de uma escada instalada no palco, ela canta Smash into you, com imagens do mar no fundo. Ela desce e emenda com Ave Maria e Arms of angel, com uma fantasia de noiva e uma voz poderosa. Em If I were a boy, trechos da raivosa You oughta know se misturam à música. Em Diva e Hello, a cantora aparece com um duvidoso traje, que inclui até algumas luzes. Faz questão de interagir com a banda, composta, a propósito, apenas por mulheres.
Ao ver as movimentações dos seguranças no corredor que leva o palco principal a um outro, menor e de formato redondo, no centro da plateia, o público se agita: é a hora de ver a cantora de perto.
Essa é a minha parte favorita do show, quando consigo ver todas as pessoas que estão lá no fundo diz.
Em cima do palco redondo, ela canta Check on it, Sweet dreams e um medley do Destiny's Child, e é também lá que ela escorregou e caiu cantando Irreplaceable, mas disfarçou elegantemente. Sempre simpática com o público, ela pergunta o nome de um garoto da plateia. José Alexandre , ela repete com um sotaque quase indecifrável, provocando alguns risos. É a deixa para cantar Say my name, última música antes de voltar (correndo) ao palco para a última troca de roupa.
No telão, um recorte com trechos de várias pessoas dançando Single ladies, entre homens, mulheres e crianças. Até Barack Obama aparece balançando a mão como na coreografia no clipe. Mais que divertido, o vídeo é a prova do peso do hit e como ele firmou de vez seu sucesso.
E agora o momento que todos vocês estavam esperando anuncia a cantora.
Foi o auge do show, que ainda guardava para o final a música que os fãs obviamente estava faltando: Halo, a mais tocada nas rádios brasileiras em 2009. Antes de ir embora, Beyoncé canta parabéns para os aniversariantes presentes e para Divinity, a baixista. Mais uma vez ela mostra a presença e importância daqueles que a acompanham no show, longe de qualquer estrelismo. É a marca de uma mulher une talento, beleza, simpatia e, principalmente a capacidade de emocionar. Muitos arriscariam a dizer, com razão, que a cantora supera até mesmo o medalhão Madonna.
Tais Toti viajou a convite
da HSBC Arena