Stone Temple Pilots "esquece" novo CD e relê carreira em SP
SÃO PAULO - Foram apenas quatro canções de seu álbum mais recente, lançado neste ano, contra 16 músicas que ajudaram o Stone Temple Pilots a colocar seu nome entre as bandas mais influentes dos anos 90. Liderados pelo performático Scott Weiland, que recentemente abriu novo capítulo de sua luta contra as drogas, a banda californiana mostrou todo seu peso na noite desta quinta-feira, no Via Funchal, em São Paulo.
Por volta das 22h15, a enorme bandeira com um dos logos característicos da atual turnê se iluminou. Os fortes gritos se tornaram ensurdecedores quando Scott pisou no palco, com seu alinhado terno. A primeira 'paulada' veio sem cerimônias: Crackerman, do álbum de estreia, Core, de 1992. O riff pesado da guitarra de Dean DeLeo já dava uma bela amostra do que estaria por vir como tônica da noite.
Do mesmo disco, veio na sequência Wicked Garden e depois Vasoline, de Purple, de 1994, que contém os hits mais certeiros do quarteto. Saltando para 1999 veio Heaven & Hot Rods, do álbum No 4. Neste ponto, o impecável terno de Weiland já havia virado uma camisa molhada de suor com as mangas arregaçadas.
Muito se fala sobre as reais condições do líder do Stone Temple Pilots, que se mostra bem mais vagaroso no palco e se mexe bem menos que de costume. Desculpa ou não, o fato é que sua menor mobilidade traz em troca vocais mais fiéis do que quando veio ao Brasil com o Velvet Revolver, seu ex-grupo ao lado de alguns ex-Guns N' Roses.
Voltando ao show, Between the Lines e Hickory Dichotomy dão a primeira sequência do novo álbum, que entre as outras canções soa bem mais pop na carreira do quarteto. Depois de Still Remains, também do Purple, veio a nova Cinnamon, que ganhou uma bela cota de fãs que entoaram o coro até Big Empty.
Indo muito pouco ao microfone para falar, Scott limitou-se aos "obrigados" e anúncio das músicas. "Esta canção a gente tocava há dez anos", afirmou antes de Dancing Days, um cover do Led Zeppelin presente em um tributo do qual a banda participou.
Dali pro final, os fãs viram canções escolhidas a dedo pela banda para o encerramento. Tanto que o setlist do Stone Temple Pilots não se alterou nos shows no Chile e Argentina.
Depois da pesada Silvergun Superman, Plush e Interstate Love Song, dois dos hits mais conhecidos do quarteto, foram cantados em coro do começo ao fim. "Já posso ir embora", disse um fã exaltado na pista. Calma.
Huckleberry Crumble dava sua última pincelada do álbum mais recente da banda, que ainda tocaria Down e Sex Type Thing, fechando o bloco principal da apresentação.
Sem Plush e Interstate Love Song, canções que seriam óbvias escolhas para o encerramento, o grupo voltou com a pancada de Dead & Bloated, que abre Core. Na despedida Trippin' On A Hole In A Paper Heart, única canção do álbum Tiny Music... Songs from the Vatican Gift Shop, de 1996.