Arte sobe o Morro do Borel e entra nas casas dos moradores
Um beco antes tomado por traficantes transformado em corredor artístico. Casas de moradores viram galerias. Um verdadeiro museu aberto para a comunidade e seus visitantes. Essa é a proposta do projeto Boreart, que está levando peças e confecções de artistas diversos para o Morro do Borel. As obras ficam expostas nas casas da comunidade até o dia 26 de junho.
As moradoras da comunidade Cristina Brito, 25 anos, e sua mãe, Luciene, de 43, não escondem o orgulho de abrigar em casa a obra “Chuva”, do coletivo multimídia Chelpa Ferro – uma árvore com favas secas que produz um som idêntico ao barulho da chuva com a vibração mecânica provocada por um pequeno motor. Nenhuma das duas visitou um museu, mas a parceria entre o projeto e o Museu de Arte Moderna do Rio, que levou essa e outras obras para a comunidade, vem mudando essa realidade.
A proposta inicial se tratava de levar um museu a céu aberto para a comunidade, mas por conta do clima instável e do calor as obras poderiam ser danificadas. Foi então que surgiu a ideia de entrar na casa dos moradores, que cederam uma de suas paredes e ganharam pequenas reformas.
O Boreart é uma ideia de um grupo de jovens que participam da Agência de Redes para Juventude, idealizada pelo produtor cultural Marcus Faustini, que está levando para as áreas pacificadas centros de discussão e desenvolvimento de propostas que visam mudar a realidade local.
Em cada comunidade, as melhores propostas selecionadas recebem R$10 mil, para que seus idealizadores concretizem seus projetos. A Agência ajuda os jovens a administrar os fundos. O dinheiro do Boreart está sendo investido em material para os grafites e pequenas reformas nas casas que estão expondo as obras.