Caixa Cultural-RJ apresenta Mostra de Cinema Africano Pós-Independência
A indústria audiovisual do continente africano, continua, surpreendentemente, quase desconhecida no Brasil, país onde 60% da população é afrodescendente. A África pós-independência e sua cultura multifacetada já produziu escritores de importância e grande popularidade, como os detentores do Prêmio Nobel Wole Soyinka e Nadine Gordimer ou Mia Couto e José Eduardo Agualusa.
Mas não foi apenas a literatura quem construiu a nova narrativa continental da África contemporânea moderna. A indústria cinematográfica, após a libertação, criou linguagem própria e abraçou os princípios da liberdade plena. Os 40 anos da indústria audiovisual africana foram férteis e ricos de sons e cores, simbolismos e significados. E cineastas como Ousmane Sembene e Djibril Diop Mampety alicerçaram a ideia de que a face africana é melhor revelada por diretores africanos.
A produção cinematográfica africana, em muitos casos com financiamento ocidental, aumentou consideravelmente. Assim como a qualidade dos seus produtos, como provam a popularidade e o prestígio da Nollywood (como é conhecida a produção popular nigeriana), atualmente a terceira maior indústria cinematográfica do mundo, atrás apenas de Hollywood e da Bollywood indiana.
Uhuru, a mostra, deseja oferecer ao público brasileiro a oportunidade de conhecer essa história e essa indústria. E reafirma a importância da abertura de mercados para seus produtos. Trata-se de um panorama da produção africana, de uma África moderna, criativa e potente. Não apenas vinculada às guerras, doença e misérias.
Uma programação variada e múltipla, que engloba curtas e longas, animação, ficção e documentários. Além de debates e mesas redondas com diretores e a video-instalação Eaten by the heart de Zina Saro-Wiwa. Um cinema africano diverso e atual. Um pouco de tudo para todos os gostos, do angolano I Love Kuduro(2013) à première mundial do nigeriano The Rise Of The Orishas (2014).
Uhuru significa liberdade em Swahili, uma das línguas oficiais do Quênia, da Tanzânia e de Uganda- Uhuru também se destaca pela independência nos países africanos, o que dá o tom para este festival. Para entender o presente e construir o futuro, é preciso conhecer seu passado este é o ensinamento de Sankofa, uma palavra na língua Akan de Gana e o símbolo Adinkra para a sabedoria de aprender com o passado para construir o futuro. Adinkra são símbolos visuais Akan antigos que têm significados em várias camadas e níveis de interpretações.
Programação UHURU
Instalação de Zina Saro-Wiwa "Eaten By The Heart" durante toda a programação da mostra.
Abertura 13/11/2014 - Quinta Feira
sessão 1- 14:00 - Concerning Violence (2014), 85mins., Suecia, Goran Hugo Olsson
sessão 2 - 15:30 - Heritage Africa (1989), 110mins., Ghana, Kwaw Ansah
17:30:00 - bate papo com o publico: diretor Kwaw Ansah moderado por Lesedi Oluko Moche
14/11/2014 - Sexta-feira
sessão 3- 17:00 - Coz ov Moni 1 (2010), 45mins., Ghana, Emmanuel Owusu Bonsu (Wanlov the Kubolor) e
Mensa Ansah
sessão 4 - 18:00Coz ov Moni 2 (2013), 63mins., Ghana, Emmanuel Owusu Bonsu (Wanlov the Kubolor) e
Mensa Ansah
19:05 até 20:00 - bate papo com diretores, Wanlov e Mensa moderado por Lesedi Oluko Moche
15/11/2014 - Sábado
sessão 5 - 15:00 - This Is My Africa (2008), 50mins., UK/Nigeria, Zina Saro-Wiwa
sessão 6 - 17:00 - Imbabazi: The Pardon (2013), 73mins., USA/Rwanda, Joel Karekezi
18:15:00 - bate papo com diretor Joel Karekazi mediado por Jacqueline Nsiah
19:30 Mesa 1: Cinema africano no passado, presente e futuro: existem paralelos na abordagem ou estilo com o cinema Afro-Brasileiro?
participantes: Joel Zito Araújo ( Brasil) , Kwaw Asah ( Gana), Zina Saro - Wiwa ( Nigéria),
Wanlov the Kubolor( Gana), Mensa Asah ( Gana) e Joel Karekezi ( Ruanda) - moderação : Lesedi Oluko Moche
16/11 - Domingo
sessão 7 - 16:00 The Legend of Ngong Hills (2011), 10mins., Kenya, Kwame Nyongo
African Way
Agradaa
The Begger
Agorkoli
sessão 8- 18:00 - I Love Kuduro (2013), 99mins., Angola, Mario Patrocinio
18/11 - Terca-feira
sessão 9 - 15:00 - Le Cri de La Mer (2008), 26mins., Senegal, Aicha Thiam
Victimes Of The Riches (2007), 58mins., France/Mali, Kal Toure
16:20 - bate papo com o publico mediado por Jacqueline Nsiah com Fabricio Toledo (Caritas Rio) e Mamour Sop Ndiaye (Rio)
sessão 10 - 18:00 - Allah Tantou (1991), 62mins., Guinea-Conakry/France, David Achkar
sessão 11- 19:10 - Concerning Violence Suecia (2014), 85min, Goran Hugo Olsson
19/11 - Quarta-feira
sessão 12 - 15:00 - Mortu Nega (1988), 93mins., Guinea-Bissau, Flora Gomes
sessão 13 - 16:45 - Udju azul di yonta (1991), 90mins., Guinea-Bissau, Flora
sessão 14 - 18:30 - Njinga, Rainha De Angola, Angola, 2013, 109min, Sérgio Graciano
20/11 - Quinta-feira
sessão 15 - 15:00 - The Rise Of The Orishas (2014), World Premiere, 13mins., Nigeria, UK
Adwa - An African Victory (1999), 96mins., Ethiopia, Italy, USA, Haile Gerima
sessão 16 - 18:00 - Capitaine Thomas Sankara (2012), 90mins., Burkina Faso/Switzerland, Christophe Cupelin
21/11 - Sexta-feira
sessão 17 - 15:00 - Burger Highlife Explosion (2009), 105min., Ghana/Germany, Alpha Yahaya Suberu
sessão 18 - 18:00 - Portrait Of A Lone Farmer (2012), 76mins., Denmark/Nigeria, Jide Tom Akinleminu
22/11 - Sabado
sessão 19 - 14:00 Football Fables (2009), 50mins., Ghana/UK, Baffour Akoto
sessão 20 - 15:30 - Mortu Nega Guinea-Bissau, 1988, 93min, Flora Gomes
sessão 21- 17:10 - Making Of (2006), 120mins., Tunisia, Nouri Bouzid
19:10 - Mesa 2: Possibilidade de co-produção entre Brasil e Gana?
Participantes: Alpha Yahaya Suberu ( Gana), Leila Djansi ( Gana), Vito Ribeiro ( Brasil),
Vik Birbeck ( Brasil) e Samantha Ribeiro ( Brasil)
23/11 - Domingo
sessão 22 - 14:00 - Nelson Mandela: The Myth And Me (2013), 84mins, South Africa, Khalo Matabane
sessão 23- 17:00 - Of Good Report (2013), 109mins., South Africa, Jahmil X.T. Qubeka
às 20h
Classificação: Consultar classificação indicativa dos filmes no local da Mostra.
Acesso a cadeirantes