Espetáculo BÔ estreia dia 19 no Teatro Eva Herz, no Centro
O novo trabalho da Companhia de dança R.E.C. estreia na sexta, dia 19 de junho, no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura, no Centro. Bô, que significa Você ou Tu em crioulo cabo verdiano – o terceiro trabalho do grupo – é uma criação sobre incorporações velozes, estados fugazes e fragmentos da memória. A pesquisa que deu origem ao espetáculo apresenta novos rumos da improvisação na dança. O público poderá prestigiar o trabalho até dia 27 de junho.
A partir da construção de estados, os intérpretes promovem criações instantâneas de movimentos e encontros inusitados. O trabalho, além disso, encontra inspiração em fenômenos do universo como órbitas, magnetismo, forças de atração e repulsa entre corpos, gravidade.
Na relação entre as experiências de movimento mais inconscientes e certos padrões do universo, Bô cria uma teia aparentemente caótica, mas de ligações consistentes. O trabalho apresenta uma dança intensa, carregada de humor e delicadeza.
A coreógrafa Alice Ripoll explica que outra influência para a construção da coreografia foi o universo construído pelo cineasta Tarkovski no filme “Solaris", de 1972. “Neste filme são traçados paralelos entre estados de consciência, realidade dos fenômenos psíquicos como a memória, e um planeta desconhecido”. Padrões de movimentos dos astros, como as órbitas, inspiraram o grupo a visitar um ambiente ritualístico e a ancestralidade africana, de onde aparecem influências da capoeira na movimentação, e das batucadeiras de Cabo Verde na música do trabalho.
A improvisação remete a um retorno às origens do grupo, como explica a coreógrafa Alice Ripoll. “O trabalho com estados de improviso também é uma retomada as origens do grupo, pois a primeira linguagem de movimento dos bailarinos foi o hip hop, onde tem muito improviso na dança e na música”, conta. O resultado é um espetáculo forte, denso e profundo.
Nos trabalhos anteriores – Cornaca e Katana – o grupo se aprofundou em uma linguagem baseada em contato, com coreografias que exploram duos, trios ou os cinco bailarinos. Foram exploradas imagens que surgem do encontro dos corpos, encaixes, aproximações, refletindo diferentes maneiras de se relacionar. No novo espetáculo, criações instantâneas provocam encontros na velocidade de partículas mas com a força de corpos.
Ficha técnica:
Direção: Alice Ripoll
Criação e interpretação: Alan Ferreira, Alex Tavares, Leandro Coala, Liuz LA e Rômulo Galvão
Assistência de Direção e Operação de Som: Anita Tandeta
Iluminação: José Geraldo
Figurino: Raquel Theo
Direção de Produção: Rafael Fernandes | Trio Carioca Produções
Coordenação de Produção: Mônica Bittencourt e Roberta Pisco | Trio Carioca Produções
Produção: Jessica Nakazima
Programação Visual: Daniel Kucera
Fotografias: Renato Mangolin
Vídeos: Luiz Guilherme Guerreiro
Produtor Gráfico: Sidnei Balbino
Operadora de Luz: Tabatta Martins
Cenotécnico: Marcus Callegario
Serviço:
BÔ
Temporada: 19, 20, 26, 27 de Junho
Horários: sábados e domingos às 19h30
Local: Teatro Eva Herz na Livraria Cultura, no Centro
Ingressos: R$30