Sob aplausos, Festival de Cinema Italiano começa em São Paulo

Longa 'Veloz como o Vento' foi muito bem recebido pelo público

Por

Sob muitos aplausos, começou na noite desta segunda-feira (21) a 12ª edição do Festival de Cinema Italiano com a exibição do filme "Veloz como o Vento", do diretor Matteo Rovere. O longa, que tem como inspiração a vida do piloto Carlo Capone, conta a história de uma família reunida pela perda do pai. A jovem Giulia De Martino é uma piloto de carros de corrida e acaba se reunindo com o irmão Loris, viciado em drogas e ex-piloto, para tentar salvar a casa da família.    

Ao fim da exibição, o público ovacionou o filme de cerca de duas horas no auditório Oscar Niemeyer no parque do Ibirapuera em São Paulo. Antes da exibição da película, o sucesso da noite de abertura era evidente. Para o diretor artístico do festival, Alessandro Battisti, o sucesso das edições anteriores mostra o quanto o público brasileiro admira o cinema italiano. Para ele, "a coisa mais importante para nós é apresentar o cinema italiano para o Brasil", já que os dois países tem uma "grande relação cultural", pois os "italianos amam o Brasil e os brasileiros amam a Itália". Battisti ainda ressalta que essa será a primeira vez que o evento terá duas semanas de filmes, já que a edição de 2015 foi considerada um enorme sucesso de público. O diretor artístico também falou sobre as homenagens ao ator italiano Marcello Mastroianni, considerado o maior da nação da bota. O Ciclo de Homenagens contou com uma mostra de sete filmes do ator no Museu da Imagem e do Som (MIS) e terá ainda, entre os dias 1º e 7 de dezembro, uma mostra fotográfica no Cine Caixa Belas Artes. Também é destaque o homenageado da edição, o diretor Roberto Faenza.    

Para o diretor do Festival Italiano de Cinema, Nico Rossini, que foi um dos idealizadores do evento desde a primeira edição em 2005, a ideia é "divulgar o cinema contemporâneo" de seu país-natal em território nacional. "Quando eu vim para o Brasil, me dei conta que aqui eram conhecidos os clássicos e os monstros sagrados do cinema italiano, mas muito pouco do atual. Eu quis trazer para o brasil o cinema contemporâneo italiano. E ele ganhou importância", conta. Rossini ainda ressaltou que com as mudanças nas formas de distribuir os filmes, eles estão ainda buscando mais maneiras de levar os longas italianos ao público. "O trabalho é importante e não é simples porque você sabe que as lojas de DVD fecharam. O nosso objetivo é ter esses filmes nas TVs on demand, nas TVs pagas, no Netflix... para que o público brasileiro tenha acesso a esse tipo de filme. Esse é o maior desafio", acrescentou.    

A cerimônia de abertura da 12ª edição contou com a presença do embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, que destacou a importância de ter um evento desse porte para divulgar uma das maiores artes de seu país e ressaltou a "importância da ligação cultural" entre as duas nações.    

Já o cônsul geral da Itália em São Paulo, Michele Pala, destacou que o Festival é um momento "esperado" pelos paulistanos e que "ele faz parte de uma série de iniciativas que temos no campo do cinema".    

A 12ª edição do Festival Italiano de Cinema é organizada pela Câmera Ítalo-Brasileira de Comércio Indústria e Agricultura e ocorre entre os dias 24 de novembro e 2 de dezembro.    

Ao todo, são 16 filmes italianos inéditos no Brasil, que foram produzidos entre os anos de 2015 e 2016, totalizando 68 exibições. Os longas serão projetados no Cine Caixa Belas Artes e no Unibes Cultural. 

Confira abaixo a programação completa: 

Caixa Belas Artes 

24/11 (quinta-feira): 16h - "La pelle dell'orso" ("A pele do urso"), de Marco Segato; 20h - "Io e lei" ("Eu e ela"), de Maria Sole Tognazzi 

25/11 (sexta-feira): 16h - "La buona uscita" ("A boa saída"), de Enrico Iannaccone; 20h - "In bici senza sella" ("Na bicicleta sem selim") 

26/11 (sábado): 16h - "Un posto sicuro" ("Um lugar seguro"), de Francesco Ghiaccio; 20h - "Veloce come il vento" ("Rápido como o vento"), de Matteo Rovere; 22h40 - "Questi giorni" ("Estes dias"), de Giuseppe Piccioni 

27/11 (domingo): 14h - "Indivisibili" ("Indivisíveis"), de Edoardo De Angelis; 16h - "Assolo" ("Solo"), de Laura Morante; 20h - "La verità sta in cielo" ("A verdade está no céu"), de Roberto Faenza 

28/11 (segunda-feira): 16h - "La vita possibile" ("A vida possível"), de Ivano De Matteo; 20h - "Io che amo solo te" ("Eu que amo só você"), de Marco Ponti 

29/11 (terça-feira): 16h - "Il mondo di mezzo" ("O mundo do meio"), de Massimo Scaglione; 20h - "Gli ultimi saranno ultimi" ("Os últimos serão os últimos"), de Massimiliano Bruno 

30/11 (quarta-feira): 16h - "Senza lasciare traccia" ("Sem deixar rastros"), de Gianclaudio Cappai; 20h - "Nessuno si salva da solo" ("Ninguém se salva sozinho"), de Sergio Castellitto 

Unibes Cultural 

27/11 (domingo): 14h - "La pelle dell'orso" ("A pele do urso"), de Marco Segato; 16h - "La vita possibile" ("A vida possível"), de Ivano De Matteo 

28/11 (segunda-feira): 16h - "La verità sta in cielo" ("A verdade está no céu"), de Roberto Faenza; 18h - "Veloce come el vento" ("Rápido como o vento"), de Matteo Rovere 

29/11 (terça-feira): 18h - "Questi giorni" ("Estes dias"), de Giuseppe Piccioni 

02/12 (sexta-feira): 16h - "Indivisibili" ("Indivisíveis"), de Edoardo De Angelis.