Bolsas de NY fecham em leve alta antes de reunião de Fed
Os mercados acionários americanos apresentaram recuperação após fortes perdas recentes e encerraram o pregão desta terça-feira, 18, em alta, no momento em que os investidores aguardam, com ansiedade, pela reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). A sessão, contudo, foi marcada pela volatilidade, com os principais índice de ações oscilando entre ganhos e perdas durante a tarde, em um movimento que ajudou o índice VIX a encerrar o dia no maior nível desde março.
O indicador de volatilidade, que usa as opções de ações do S&P 500 para medir as expectativas dos traders em relação às oscilações nos mercados de ações, fechou em alta de 4,32%, cotado a 25,58 pontos. Com o VIX acima da marca psicológica dos 20 pontos, os negócios mostraram forte ímpeto altista desde o início do pregão - algo que perdeu fôlego ao longo da tarde, no momento em que os preços do petróleo aprofundaram perdas já expressivas e ao mesmo tempo em que voltou ao foco a possibilidade de uma paralisação do governo de Donald Trump.
De acordo com o líder republicano no Senado americano, Mitch McConnell, não houve acordo entre situação e oposição para evitar o "shutdown" do governo na madrugada de sexta-feira para sábado. Além disso, McConnell indicou que os republicanos não têm mais nenhum projeto sobre a mesa para deixar o governo aberto e operante, tendo em vista que Trump deseja verba para a construção de um muro na fronteira com o México - demanda que os legisladores democratas têm lutado contra.
Com o retorno do risco político, as bolsas abandonaram a alta de mais de 1% vista mais cedo. O índice mais afetado foi o S&P 500, que subiu apenas 0,01%, para 2.546,16 pontos, pressionado pela forte baixa dos papéis de energia. Com os preços do petróleo em queda livre - o WTI negociado em Nova York chegou a cair 8% -, ações de companhias ligadas à commodity foram duramente afetadas. O papel da Chevron caiu 2,41%, o da ExxonMobil cedeu 2,76%, o da ConocoPhillips teve baixa de 1,92% e o da Chesapeake despencou 5,78%.
Por trás do tombo do petróleo, esteve, entre outros motivos, a preocupação com o crescimento econômico global. "Há, definitivamente, muita preocupação por aí. Ainda achamos que os indicadores apontam para uma tendência de expansão da economia, mas os mercados estão voltados para o futuro e, se você observar a história dos preços das ações, eles tendem a atingir o pico antes do início de recessões", comentou o economista Matthew Turner, do banco de investimentos Macquarie.
Mesmo assim, o índice Dow Jones mostrou leve recuperação ao subir 0,35%, para 23.675,64 pontos; enquanto o Nasdaq se favoreceu de papéis de tecnologia para avançar 0,45%, para 6.783,91 pontos. De acordo com levantamento do Citi, mais de 55% das empresas que compõem o S&P 500 viram suas ações entrarem em "bear market" após caírem 20% ou mais em relação ao pico em 52 semanas. Com a leve alta de hoje, o estrategista-chefe de ações do banco, Tobias Levkovich, adota um viés mais positivo, ao indicar que "a maioria de nossas métricas aponta que aproveitar a fraqueza é algo apropriado neste momento", mas ressalta cautela antes da decisão de política monetária do Fed nesta quarta.