Ibovespa fecha em alta de quase 1%, embalado pelo exterior
O Ibovespa operou em alta durante todo o pregão desta sexta-feira, 22, guiado principalmente pelo exterior, onde predominou o otimismo em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China. No campo doméstico, a reforma da Previdência seguiu no foco dos investidores, que aguardam o início da tramitação da proposta no Congresso. O índice terminou a sessão com ganho de 0,98%, aos 97.885,60 pontos. O giro financeiro foi de R$ 13,989 bilhões. Na semana, acumulou valorização de 0,37%.
A expectativa nos mercados era de que, em reunião nesta tarde com o vice-premiê chinês, Liu He, o presidente americano, Donald Trump, anunciasse a prorrogação do período de trégua na cobrança de tarifas de importação da China e dos EUA, que termina em 1º de março. Após o encontro, Trump afirmou que está preparado para estender esse prazo. Entretanto, as negociações para tanto ainda se estenderão pelos próximos dois dias. Trump anunciou ainda que um acordo sobre manipulação cambial foi alcançado com a China, mas não deu detalhes sobre o assunto.
A falta de definição sobre a extensão ou não da trégua comercial entre as duas maiores economias do mundo retirou pontualmente um pouco de força das Bolsas tanto em Nova York quanto aqui, principalmente com a afirmação do representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, de que há obstáculos "muito grandes" nas negociações com a China. Porém, o fôlego foi retomado, e o Ibovespa ainda bateu máxima já na reta final do pregão. Um dos destaques foram as ações da Vale, que avançaram 3,55%.
"O mercado passou o dia na expectativa de novidades sobre as negociações entre EUA e China. Com indicadores fracos sinalizando desaceleração da economia global, espera-se que não haja uma guerra comercial, o que pioraria ainda mais a situação", afirmou Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
Para a semana que vem, a agenda é carregada de eventos e indicadores, incluindo a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara para iniciar a tramitação da reforma da Previdência e divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e dos EUA no quatro trimestre, além de balanços de empresas como Petrobras, Ambev, BR Distribuidora, Marfrig, BRF e Gol.
"Há chance de o Ibovespa voltar a se aproximar do recorde histórico de pontuação, na casa de 98.600 pontos, nos próximos pregões, contando ainda com a divulgação de bons resultados corporativos referentes ao quarto trimestre de 2018", comentou, em relatório, Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais.