Países da UE votam por iniciar negociações comerciais com EUA
BRUXELAS (Reuters) - Os países da União Europeia deram aprovação final nesta segunda-feira para iniciar as negociações formais com os Estados Unidos após meses de atraso devido à resistência francesa.
No final, os governos da UE votaram em sua maioria para aprovar os mandatos de negociação propostos pela Comissão Europeia, com a França votando contra e a Bélgica se abstendo.
A Comissão, que coordena a política comercial para os 28 países-membros da União Europeia, quer iniciar as negociações comerciais em duas vias - uma para cortar as tarifas sobre produtos industriais e outra para facilitar para as empresas apresentarem produtos que atendam aos padrões da UE ou dos EUA.
No entanto, era preciso o apoio dos Estados membros da UE para seguir com o plano.
A União Europeia e os Estados Unidos chegaram a um acordo em julho do ano passado, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, concordou em suspender a imposição de tarifas sobre os carros da UE, enquanto os dois lados buscavam melhorar os laços econômicos entre si.
Isso incluía a remoção das tarifas sobre "produtos industriais não automotivos".
A Comissão disse repetidamente que não discutirá tarifas ou barreiras comerciais a produtos agrícolas, mas está disposta a discutir a situação dos carros, colocando-se em uma possível rota de colisão com Washington.
O governo Trump tem uma extensa lista de desejos, incluindo o acesso amplo ao mercado agrícola europeu.
Diplomatas dizem que a Alemanha, cujas exportações de carros e peças automotivas para os EUA correspondem a mais de metade do total da UE, quer continuar com as negociações para evitar tarifas sobre as montadoras Volkswagen, Daimler e BMW.
A França, que possui pouquíssimas exportações de carros para os EUA, vinha tentando adiar a questão para depois das eleições para o Parlamento Europeu em maio, convencida de que lidar com Trump não é uma causa que vá render muitos votos.
A França insistiu que a questão agrícola não deverá figurar nas negociações, mas que a pauta sobre mudança climática deve permanecer na discussão - uma demanda difícil, dada a retirada de Trump do acordo climático de Paris.