Cautela marca índice antes de feriado; Magazine Luiza sobe
O Ibovespa exibia leve queda nos primeiros negócios desta terça-feira, véspera de feriado marcada por noticiário corporativo intenso, com a reunião do Federal Reserve na quarta-feira e a escalada da tensão na Venezuela endossando cautela de investidores.
Às 11:21, o Ibovespa caía 0,19 por cento, a 96.009,46 pontos. O volume financeiro somava 2,39 bilhões de reais.
Investidores continuam monitorando noticiário sobre a tramitação da reforma da Previdência, mas, segundo a equipe da corretora Mirae Asset, não são esperadas grandes novidades sobre a matéria, que deve voltar a ser discutida só na próxima semana.
Nesse contexto, a cautela com o desfecho da reunião de política monetária banco central dos Estados Unidos na quarta-feira, quando a B3 estará fechada pelo feriado no país, corrobora movimentos tímidos no pregão paulista.
Também a crise na Venezuela ganhou novos contornos e contaminava os ânimos após o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, convocar militares e civis a buscar o "fim definitivo" do governo de Nicolás Maduro.
Estrategistas do Itaú BBA afirmaram em relatório estar com uma visão positiva para bolsa brasileira, citando entre os suportes o cenário de baixas taxas de juros de longo prazo e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado
Eles citam que tal visão reflete, entre outros fatores, a convicção de que a reforma previdenciária será aprovada, confirmando a continuidade dos ajustes fiscais no Brasil.
DESTAQUES
- MAGAZINE LUIZA subia 4,9 por cento após anunciar na segunda-feira acordo para comprar a Netshoes por cerca de 62 milhões de dólares, transformando a empresa de comércio eletrônico em uma subsidiária do grupo e reforçando sua aposta no varejo online. A equipe da Brasil Plural disse que, apesar de não encontrar valor imediato na aquisição, avalia que o preço da operação não prejudicará a geração de caixa robusta do Magazine e algumas sinergias podem emergir. Em Nova York, as ações da Netshoes despencavam 28,8 por cento.
- CCR ganhava 2 por cento, após indicar na véspera interesse em expansão de negócios no Brasil e no exterior, num esforço para retomar o foco do investidor na agenda estratégica da companhia, enquanto tenta superar os prolongados efeitos da greve dos caminhoneiros do ano passado e de polêmicas envolvendo um acordo de leniência. A rival ECORODOVIAS cedia 1,8 por cento, tendo no radar resultado com queda de 42 por cento no lucro do primeiro trimestre.
- SANTANDER BRASIL valorizava-se 0,8 por cento, em meio à repercussão do balanço do primeiro trimestre, quando o lucro líquido recorrente cresceu 21,9 por cento, para 3,485 bilhões de reais, superando estimativas de analistas. Analistas do Bradesco BBI avaliaram que foi outro trimestre sólido, mas que os papéis do banco são os mais caros entre as ações de bancos, o que justifica a recomendação 'neutra' pela equipe liderada por Rafael Frade.
- ITAÚ UNIBANCO PN tinha oscilação positiva de 0,06 por cento e BRADESCO PN mostrava queda de 0,4 por cento, enquanto BANCO DO BRASIL subia 0,4 por cento.
- MULTIPLAN cedia 2,2 por cento, entre maiores queda do Ibovespa, mesmo após a administradora de shopping centers divulgar aumento da receita no primeiro trimestre, conforme a última linha do resultado recuou sob efeito de um plano de remuneração em ações e de despesas maiores para provisões para perdas com calotes. No setor, BR MALLS perdia 0,3 por cento e IGUATEMI caía 0,4 por cento.
- VALE cedia 0,14 por cento, em sessão marcada por assembléia de acionistas, na qual minoritários ativistas prometem pedir a rejeição do relatório de administração referente às atividades da empresa no último período, além de exigir a paralisação integral das atividades da mineradora e a destituição completa de sua diretoria. Na véspera, a Vale confirmou a nomeação de Eduardo Bartolomeo como novo presidente-executivo da companhia.
- PETROBRAS PN recuava 0,5 por cento e PETROBRAS ON tinha acréscimo de 0,2 por cento, em movimento alinhado ao avanço do preço do petróleo no exterior. A companhia elevou nesta terça-feira o preço médio da gasolina nas refinarias em 3,54 por cento, para 2,0450 reais por litro, o maior patamar desde 23 de outubro do ano passado.