Itaú prevê corte de 0,50 pp na Selic pelo Copom
Para o Bradesco redução seria de 0,25 pp na semana que vem
Como todo o mercado financeiro, os departamentos econômicos do Itaú e do Bradesco estão fazendo análises sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), dias 30 e 31 de julho, quando o Banco Central pode retomar a temporada de corte de juros básicos (taxa Selic) estacionados em 6,50% ao ano desde março de 2018. Com o bom andamento da reforma da Previdência e a economia patinando, não há mais motivos para o Banco Central não baixar a guarda, sobretudo porque o Banco Central americana também vai cortar os juros na semana que vem.
O Itaú “espera que a queda de 0,50 p.p. da taxa Selic no dia 31 de julho seja seguida por outros dois cortes de mesma magnitude nas reuniões de setembro e outubro". Ou seja, aposta que a Selic vai fechar 2019 em 5% ao ano, a menor taxa de juros básica na história do país. O Bradesco é mais comedido, espera um primeiro corte de 0,25 ponto percentual, para 6,25% e o ano fechando em 5,50%.
O Bradesco justifica seu conservadorismo porque “as incertezas em relação ao impacto da aprovação da Reforma da Previdência (em 1º turno na Câmara) e os efeitos da liberação dos recursos do FGTS e do PIS/Pasep na atividade econômica levarão o BC a ser mais parcimonioso no início do ciclo”.
O Itaú vê o cenário mais preocupante em termos de recuperação econômica e desemprego, lembrando que o IBG divulga a taxa de desemprego na quarta-feira (mesmo dia da reunião do Copom) e produção industrial no dia seguinte (ambos para junho), com números que certamente já estarão em poder do Copom. Do lado fiscal, o resultado primário do governo consolidado de junho será divulgado na segunda-feira. Ainda sem data definida, os dados de vendas de veículos de julho da Fenabrave também podem ser divulgados o que pode mostrar desaceleração da área mais dinâmica da indústria brasileira.
Para o Bradesco, “a velocidade de recuperação da atividade nos próximos meses será fundamental para determinar o tamanho do ciclo. No caso de alguma frustração com a retomada da atividade, avaliamos que o Copom poderá aumentar a intensidade de ajuste e também o orçamento total do afrouxamento monetário”, como queda além dos 5,50% previstos.
O Bradesco espera queda de 0,5% na produção industrial de junhp frente a maio e que a taxa de desemprego desça a 12,1%.
De olho no Fed
O Bradesco chama a atenção para o cenário internacional, com a decisão, na tarde de quarta-feira (três horas antes do Copom bater o martelo) da política monetária nos EUA. A previsão pé de queda de 0,25 pp (de 2,50% a 2,00% ao ano para 2,25% a 1,75%) e um comunicado sugerindo cautela nos próximos passos.