Petrobras: votação para conselho termina com as oito vagas preenchidas

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Por JORNAL DO BRASIL com Agência Estado

Edifício sede da Petrobras no Centro do Rio

Após mais de sete horas, a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras elegeu os novos membros do Conselho de Administração da estatal, confirmando o nome de José Mauro Coelho, que nesta quinta (14) será conduzido pelo novo Conselho à presidência da companhia. Erros técnicos no cálculo dos votos atrasaram os trabalhos.

Marcio Weber também foi reeleito e em seguida terá o seu nome votado para a presidência do Conselho. Além deles, foram eleitos Sonia Julia Sulzbeck Villalobos; Luiz Henrique Caroli; Ruy Flaks Schneider; Murilo Marroquim. Os acionistas minoritários conseguiram emplacar Marcelo Gasparino e José Abdalla. Eduardo Karrer, Carlos Eduardo Lessa Brandão e Rodrigo Mesquita não foram eleitos.

A assembleia da Petrobras foi marcada por erros. Primeiro foi o cálculo do número de votos mínimos necessários para eleição do Conselho de Administração, calculado abaixo do correto. Pelas contas da mesa da assembleia, o mínimo deveria ser de 4.746.364.553 votos para entrar no Conselho, o que levou o presidente da assembleia a parabenizar os conselheiros Marcelo Gasparino e José Abdalla, indicados pelos minoritários, que já teriam sido eleitos na contagem que depois foi revisada. Refeitas as contas, o mínimo necessário subiu para 5.031.760.257, uma diferença de cerca de 300 mil votos.

Em seguida, a mesa voltou a informar que havia erro na contagem dos votos para eleger os oito membros do Conselho, a fase mais esperada da assembleia. Por quase duas horas, os técnicos da Petrobras se desdobraram para arrumar a situação, anunciando o resultado da eleição às 22 horas.

 

ERRO NAS CONTAS OBRIGA ESTATAL A REFAZER PROCESSO DE VOTO MÚLTIPLO

A Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Petrobras foi interrompida por um erro técnico na contagem dos votos da fase principal da votação, da eleição dos oito membros do Conselho de Administração da estatal por voto múltiplo. O resultado, que deveria sair por volta das 20h, já com atraso, foi divulgado depois das 22h dessa quarta (13).

De acordo com o diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo, houve um erro no cálculo do quórum da assembleia, que atrapalhou todo o processo. Ele garantiu, no entanto, que o erro não vai atrapalhar o resultado final da eleição.

"O que houve é que esse quórum foi calculado incorretamente em função do número de ADRs que votaram em voto separado, foi duplicado", informou. "Vamos refazer o processo do voto múltiplo para assegurar a lisura do processo, mas o resultado será o mesmo do que após o refazimento", completou.

Antes de detectar o erro, a votação mínima para a eleição de um membro para o Conselho de Administração era de 5.031.760.257, já corrigido no início da assembleia, que havia informado que o total seria de 4.746.364.553 votos. Refeitos os cálculos, agora são necessários 5.193.551.148 votos.

 

ESTATUTO SOCIAL SERÁ VOTADO EM NOVA REUNIÃO DA ASSEMBLEIA GERAL

Depois da União votar pela retirada de pauta das mudanças propostas pelo Conselho de Administração da Petrobras no Estatuto Social da empresa na noite dessa quarta-feira (13), única pauta da Assembleia Geral Extraordinária (AGE), o presidente da assembleia decidiu encerrar as votações e abrir espaço para manifestação de acionistas.

"A assembleia não vai decidir isso porque a União é a acionista controladora, mas os acionistas têm o direito de registrar suas posições, é uma questão de respeito", disse Francisco Costa e Silva. A assembleia será encerrada e outra terá que ser marcada para votar a matéria.

Para defender a importância das mudanças, Costa e Silva pediu ao diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, Salvador Dahan, que explicasse à representante da União a relevância do assunto.

"Esta é uma prática anual para consolidar as melhorias identificadas, alinhada à boa prática de mercado e pela avaliação de diferentes órgãos externos, como órgãos de controle, agências de rating que nos ajudam a identificar melhorias que foram consolidadas nessa proposta", afirmou.
Ele ressaltou que as mudanças envolviam inclusive questões regulatórias, e que agora a Petrobras terá que prestar esclarecimentos aos órgãos de controle.

As alterações no Estatuto da companhia visavam a reforçar a governança, reduzindo o poder de intervenção do acionista controlador na empresa, que vem recebendo ataques do governo federal por conta dos preços elevados dos combustíveis.

 

Ata

A Petrobras divulgou a ata da assembleia que reelegeu Márcio Andrade Weber para o conselho de administração e para a presidência do colegiado. A reunião também elegeu José Mauro Ferreira Coelho para o conselho. O executivo deverá ser conduzido nesta quinta-feira, 14, pelo novo colegiado à presidência da companhia.

Além de Weber e Coelho, foram eleitos mais seis membros pelo processo de voto múltiplo: José João Abdalla Filho, Luiz Henrique Caroli, Marcelo Gasparino da Silva, Murilo Marroquim de Souza, Ruy Flaks Schneider e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos.

Já Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis foi eleito pelos acionistas minoritários detentores de ações ordinárias em eleição em separado. Pelos acionistas donos de ações preferenciais, também em eleição separada foi eleito Marcelo Mesquita de Siqueira Filho. Rosangela Buzanelli Torres foi eleita pelos empregados da estatal.

A ata informa ainda que foi fixada a remuneração dos administradores, dos membros do Conselho Fiscal e dos membros dos Comitês de Assessoramento ao Conselho de Administração nos termos do voto da União, seguindo orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST).

O limite de remuneração global no período compreendido entre abril de 2022 e março de 2023 é de até R$ 39.584.080,39 a ser paga aos administradores; de até R$ 1.090.234,43 a ser paga aos Conselheiros Fiscais; de até R$ 2.834.609,51 a ser paga ao Comitê de Auditoria Estatutário; de até R$ 3.488.750,17 a ser paga ao Comitê de Auditoria Estatutário do Conglomerado; e de até R$ 1.962.421,97 a ser paga aos demais Comitês Estatutários de Assessoramento ao Conselho de Administração.

A ata também registra que, em Assembleia Geral Extraordinária, por maioria, na forma do voto da União, foi retirada de pauta a deliberação da proposta de reforma de Estatuto Social que previa melhorias na governança da empresa.