ECONOMIA

BNDES aumenta investimento no setor agropecuário em 50% no primeiro semestre de 2023

Maior parte dos recursos são do Plano Safra/Safrinha 2023/2024, para o qual o banco destinou R$ 38,4 bilhões em créditos.

Por JORNAL DO BRASIL
[email protected]

Publicado em 05/07/2023 às 19:26

Alterado em 05/07/2023 às 20:10

Edifício sede do BNDES, no centro do Rio Fernando Frazão/Agência Brasil

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quarta-feira (5) aumento de 50% nos investimentos destinados ao setor agropecuário nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com o ano anterior.

De acordo com as informações fornecidas pela instituição, o banco destinou R$ 50 bilhões em ações voltadas para a agricultura familiar e o agronegócio nesse período. Esse valor inclui tanto novas operações de crédito quanto investimentos, como a aprovação de aproximadamente R$ 1 bilhão em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU (Fida).

Esse montante, segundo o BNDS, vai beneficiar 250 mil famílias de agricultores familiares no semiárido nordestino, por meio de investimentos em práticas agrícolas e segurança hídrica. A maior parte dos recursos alocados pelo BNDES está relacionada ao Plano Safra/Safrinha 2023/2024, para o qual o banco destinou R$ 38,4 bilhões em créditos.

Já os investimentos destinados à agricultura familiar foram ampliados em 103%, atingindo a marca de R$ 11,6 bilhões. Para a agricultura empresarial, o valor disponibilizado foi de R$ 14,8 bilhões, representando um aumento de 33% em relação ao plano anterior (2022/2023).

O BNDES também destacou a reativação de linhas de financiamento para o agronegócio, que estavam inativas até a posse da nova diretoria, além da criação de uma nova linha de crédito indexada ao dólar, voltada para produtores que recebem em moeda estrangeira. Esses recursos totalizam mais R$ 11,5 bilhões.

Segundo o presidente do banco, Aloizio Mercadante, é essencial que o setor agropecuário brasileiro aumente sua produção de forma sustentável, sem causar desmatamento ou danos ao meio ambiente, para demonstrar ao mundo um agronegócio eficiente e moderno.

Atualmente, o Brasil ocupa a quinta posição entre os maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, sendo que metade dessas emissões está relacionada ao desmatamento e às queimadas, principalmente devido à expansão de fazendas e pastagens em biomas como o Cerrado e a Amazônia.

A redução dessas emissões é um compromisso internacional assumido pelo país no Acordo de Paris, que busca diminuir a intensidade e o impacto das mudanças climáticas causadas pela atividade humana até 2030. As alterações climáticas têm sido apontadas como responsáveis por eventos climáticos extremos e desastres naturais, como tempestades, deslizamentos de terra e enchentes. (com Agência Brasil)