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Petrobras retoma programa naval; Chambriard diz que empresa fica menos exposta a flutuações no frete

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Por ECONOMIA JB
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Publicado em 09/07/2024 às 07:36

Alterado em 09/07/2024 às 07:36

Sergio Bacci, presidente da Transpetro Foto: divulgação

A Transpetro, subsidiária de transporte da Petrobras, anunciou nessa segunda-feira (8) a primeira licitação para a construção de quatro navios de transporte de combustíveis. São os primeiros do programa de ampliação e renovação da sua frota. A ideia é lançar, ao todo, quatro editais para construção de 25 navios próprios, até o fim de 2025, a um investimento total entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões (entre R$ 10,9 bilhões e R$ 13,7 bilhões, ao câmbio do dia) e com taxas especiais.

A recuperação da indústria naval tem sido uma obsessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fala com frequência sobre a retomada da construção de navios no Brasil desde a sua posse. "Quero que vocês tenham certeza de que a gente vai recuperar a indústria naval brasileira", afirmou o presidente em evento em Niterói (RJ), em abril deste ano.

QUEDA DE PRESIDENTE

A iniciativa passa diretamente pelos investimentos da Petrobras na área. A suposta "lentidão" do ex-presidente da estatal Jean Paul Prates em tirar esses projetos do papel é apontada como um dos motivos que levaram à sua demissão. A nova presidente da companhia, Magda Chambriard, assumiu o cargo em maio sob cobrança do governo para acelerar investimentos em grandes obras e ressuscitar a indústria naval brasileira.

 

FLUTUAÇÕES

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o edital para construção de quatro navios de classe handy vai reduzir a exposição da estatal às flutuações nos preços de frete, que afetam as tarifas de afretamento. Esses navios, com capacidade entre 15 mil e 18 mil toneladas de porte bruto (TPB), vão transportar combustíveis derivados de petróleo.

"Ficaremos menos expostos a flutuações no preço de frete e vamos reduzir custos da Petrobras com afretamento", disse Magda em mensagem gravada exposta antes de entrevista coletiva, na sede da Transpetro.

A presidente da Petrobras frisou que a licitação será "internacional e aberta", permitindo participação de quaisquer estaleiros que atendam critérios técnicos e econômicos previstos no edital.

"Nesse processo, a garantia de igualdade de oportunidade certamente resultará em impulso para a indústria naval nacional", disse Magda.

Ainda assim, disse o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, os postulantes à construção do navio que o façam no território brasileiro têm vantagens, como acesso a financiamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM).

Além disso, quem construir no Brasil ficará em melhor posição na equalização de propostas, por não imporem custos com impostos de internalização a serem pagos após a entrega do equipamento para a Petrobras. Tudo isso - acesso ao FMM e equalização de propostas - coloca estaleiros nacionais em vantagem na disputa. (com Agência Estado)

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