Fed reduz juros em 0,50% para 4,75%-5,00%; e agora, Copom?
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O Federal Open Market Committe – FOMC, o órgão colegiado formulador da política monetária do Federal Reserve Bank, o Banco Central dos Estados Unidos, reduziu em 0,50 ponto percentual o nível do piso dos EUA, para a faixa de 4,75%-5,00%. A proposta de redução em meio ponto teve apoio de 11 dos 12 membros do FOMC. Só a diretora Michelle Bowman votou por corte de 0,25%. A decisão dá pouco mais de três horas para o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidir se mantém a Selic em 10,50% ao ano ou a eleva para 10,75%, como defende o mercado financeiro.
No comunicado após a reunião, os membros do FOMC informaram que os “indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Os ganhos de emprego desaceleraram, e a taxa de desemprego subiu, mas continua baixa. A inflação fez mais progressos em direção ao objetivo de 2% do Comitê, mas continua um tanto elevada”.
O Comitê destacou que “busca atingir o máximo de emprego e inflação na taxa de 2% no longo prazo” e diz que “ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%, e julga que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente em equilíbrio. A perspectiva econômica é incerta, e o Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo” (controle da inflação e pleno emprego).
No final do comunicado, como ocorre também no Brasil com o Copom, ao avaliar a postura apropriada da política monetária, o Comitê disse que “continuará monitorando as implicações das informações recebidas para a perspectiva econômica. O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê. As avaliações do Comitê levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais”.
Dólar enfraquece no mundo e NYSE sobe
Tão logo foi conhecido o resultado da reunião, pouco antes das 15 horas, horário de Brasília, houve uma forte mudança nos mercados de câmbio, com enfraquecimento do dólar frente ao euro que subia 0,41%, a libra esterlina avançou 0,78%, o dólar perdeu 0,86% contra o iene e 0,50% ante o franco suíço. As cotações das commodities também foram afetadas e o contrato futuro do petróleo tipo Brent caía 0,50% a US$ 73,73 o barril para entrega em novembro. O indicador da Bolsa de Nova Iorque subia 0,35%.
No Brasil, depois de abrir o dia a R$ 5,4830, o dólar teve forte queda na tarde para R$ 5,4327, uma baixa de 0,84%. Há grande expectativa sobre se o Copom, diante da forte baixa nos Estados Unidos não adote um comportamento mais cauteloso e, em vez de elevar a Selic para 10,75% não espere até novembro para ver a reação do mercado nos próximos 45 dias.
O índice Bovespa chegou a subir depois da decisão mais agressiva do Fed, que poderia abrir espaço para o Copom pedir mesa. Entretanto, o temor de que o Copom mantenha a disposição de elevar a Selic em 0,25%, alterou o rumo do mercado, com muita realização de lucros e alterações nas posições futuras nos papéis provocando baixa de realização de lucros e reforma de posições.