Plano Estratégico da Petrobras viabiliza 315 mil empregos diretos e indiretos, diz presidente
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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta sexta-feira, 22, que os negócios previstos no Plano Estratégico 2025-2029 da estatal vão gerar 315 mil empregos diretos e indiretos. "Entregamos projetos atrativos, rentáveis, sustentáveis e de apoio à comunidade. O plano é extremamente factível, realista e relativamente fácil e entregar", disse Magda.
Sobre o retorno em impostos das atividades da Petrobras em cinco anos, Magda disse que os US$ 111 bilhões a serem investidos vão gerar impostos de US$ 254 bilhões.
Para além disso, na frente cultura, Magda disse que a Petrobras vai se transformar, "em breve", na maior patrocinadora o futebol feminino do País.
"E vamos investir R$ 250 milhões para projetos culturais até final de 2025", detalhou a executiva.
Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro
A presidente da Petrobras disse que, existindo "garantia de viabilidade" para o Plano Estratégico 2025-2029, a estatal vai continuar distribuindo dividendos ao acionista. Segundo Magda Chambriard, havendo caixa, a companhia vai investir ou pagar proventos.
"A Petrobras não está interessada em empilhar dinheiro", disse Magda em teleconferência a investidores sobre o novo Plano.
Investimentos
A presidente da estatal lembrou que o investimento previsto para o período 2025-2029 (US$ 111 bilhões) cresceu em relação ao que foi efetivamente realizado do plano anterior, que previa US$ 102 bilhões em cinco anos.
Segundo Magda, a Petrobras estava investindo cerca de 30% a menos do que o previsto. Não à toa, o investimento previsto para 2025 foi ajustado de US$ 21 bilhões para US$ 18,5 bilhões.
Ela reiterou que a Petrobras vai investir em petróleo até 2050, embora também planeje diversificar para energias renováveis, tanto em molécula combustível como em elétrons (geração e energia elétrica).
"A Petrobras precisa crescer pelo menos 60% até 2050 para acompanhar o crescimento da demanda", disse a presidente da Petrobras.
15 poços na Margem Equatorial até 2029
A Petrobras pretende perfurar 15 poços na Margem Equatorial brasileira no horizonte do plano quinquenal da companhia, divulgado na noite dessa quinta-feira (21). Já nas bacias do Sudeste serão mais 25 poços, ou 40% do total.
A área de exploração da companhia teve seu orçamento elevado para US$ 7,9 bilhões entre 2025-2029, para perfuração de 51 novos poços. De acordo com o Plano, 25 serão perfurados nas bacias do Sul e Sudeste; 15 na Margem Equatorial; e 11 em outras localidades.
Para isso, vai investir US$ 3,2 bilhões na exploração das bacias de Campos, Santos, Pelotas e Espírito Santo; US$ 3 bilhões na Margem Equatorial; e US$ 1,7 bilhão em outros locais, como Colômbia, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Argentina e Bolívia, sendo essas duas últimas em campos terrestres.
De acordo com a Petrobras, duas descobertas na bacia Potiguar, na Margem Equatorial, estão e avaliação, e a empresa se diz pronta "para perfurar Amapá Águas Profundas", como a empresa vem classificando a área da bacia da Foz do Amazonas, que ainda depende de licença ambiental para ser avaliada.
A estatal busca recompor suas reservas, já que os grandes reservatórios do pré-sal começam a entrar em declínio a partir de 2030, o que deve estar mais detalhado no próximo Plano Estratégico da companhia (2026-2030).
MPF
Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) do Amapá recomendou que o Ibama solicite complementações de estudos à estatal e, posteriormente, emita "decisão definitiva sobre o pedido de exploração de petróleo na foz do Amazonas (FZA-M-59)", no Amapá, para a Petrobras.
Por outro lado, recomendou que a Petrobras cumpra as exigências da autarquia, destacando que já são conhecidas desde 2020 pela empresa, e que o processo vem se prolongando excessivamente.
Nas recomendações, o MPF frisa que o descumprimento das exigências legais do Ibama, pela Petrobras, e o prolongamento não razoável do processo administrativo, pela autarquia, configurariam ameaça de lesão ao meio ambiente.
"Nesse caso, o órgão pode ajuizar ação civil pública para anular procedimento ilegal. O cenário pode ser afastado se acatadas as recomendações, o que demonstraria, da parte da Petrobras, obediência à lei e, do Ibama, comprometimento com a Administração Pública e com seu poder de polícia ambiental", afirmou o MPF em nota nesta sexta-feira, 22.
EPE
Estudo inédito da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apresentado na quinta-feira no Ministério de Minas e Energia (MME), mostra que o volume total de óleo recuperável é da ordem de 10 bilhões de barris de óleo equivalente. No Brasil não se perfura um poço nessa bacia desde 2011, destacou a EPE.
Apenas com a exploração da parte noroeste da bacia da Foz, as reservas brasileiras poderiam subir em 30%, informou a EPE. Ao todo, são 17,7 bilhões de boed in place, dos quais 5,1 bilhões de óleo recuperável, e 167 bilhões de metros cúbicos de gás recuperáveis, considerando uma taxa de gás associado de 17%.