ECONOMIA

Setor têxtil e de confecção faturou 7% mais em 2024 ante 2023, aponta Abit

O avanço da produção considera o período de janeiro a novembro do ano passado, uma vez que os dados de dezembro não estão fechados

Por ECONOMA JB com Agência Estado
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Publicado em 15/01/2025 às 07:41

Alterado em 15/01/2025 às 07:46

As importações da indústria têxtil brasileira somaram US$ 6,641 bilhões em 2024, alta de 14,7% em relação ao ano anterior Foto: Pixabay

O setor têxtil e de confecção no Brasil faturou R$ 215 bilhões em 2024, alta de aproximadamente 7% em relação ao ano anterior. Os dados compõem levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), divulgado nesta terça-feira, 14.

Apenas a produção têxtil, que corresponde a cerca de 40% do total faturado (R$ 86 bilhões) registrou alta de 4% ante 2023.

O avanço da produção considera o período de janeiro a novembro do ano passado, uma vez que os dados de dezembro não estão fechados.

Contudo, o presidente emérito e superintendente da Abit, Fernando Pimentel, destaca que o mês de dezembro não vai descaracterizar o valor apresentado para 2024. Portanto, a Abit sustenta essa estimativa de 2024 como número oficial.

Nesta mesma base de comparação, a produção de vestuário aumentou 3,8%. No montante faturado, os outros 60% (R$ 129 bilhões) correspondem a confecções, que englobam decoração, cama, mesa, banho e outros que incorporam o têxtil.

"2024 foi positivo e conseguimos fechar no azul. Embora seja importante relativizar o resultado, uma vez que 2023 foi negativo e a base de comparação ficou mais vantajosa, ainda vemos o copo meio cheio", diz Pimentel.

Importação salta 14,7%, exportação cai 4,9%

As importações da indústria têxtil brasileira somaram US$ 6,641 bilhões em 2024, alta de 14,7% em relação ao ano anterior. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Já as exportações totalizaram US$ 909 milhões, o que equivale a uma queda de 4,9% ante 2023.

O saldo total da balança comercial foi negativo em US$ 5,7 bilhões, uma piora de 15,7% em relação ao saldo do ano anterior.

Para Fernando Pimentel, o aumento de custos de produção no Brasil, os acordos ainda limitados entre outros países, a apreciação do dólar frente ao real e o alto nível dos juros estão entre os fatores que levaram a esse cenário. "A alta do dólar valoriza a exportação, mas também eleva os custos que estão atrelados a moeda estrangeira, como máquina, algodão e produtos químicos que, por sua vez, reverberam nos custos da produção", diz.

Pimentel ainda destaca que os países asiáticos também são fortes concorrentes e que agravam esse resultado da balança comercial.

"Os asiáticos, principalmente a China, fortaleceram a agenda de comércio exterior e a indústria brasileira vem perdendo presença relativa", afirma o presidente.

Já em 2025, a Abit aposta nos efeitos do acordo do Mercosul com a União Europeia. Serão eliminadas tarifas para 97% dos bens manufaturados no comércio entre os dois blocos, segundo a associação. "O tratado deve gerar oportunidades de aumento dos investimentos e exportações, criação de empregos, fomento da produção e aporte tecnológico no Brasil", completa Pimentel.

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