ECONOMIA

Petrobras tem prejuízo de R$ 17,044 bilhões, com alta de câmbio no 4º trimestre

E fecha o ano de 2024 com uma redução de 70,6% no lucro para R$ 36,606 bilhões

Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
gilberto.cortes@jb.com.br

Publicado em 26/02/2025 às 21:26

Alterado em 26/02/2025 às 21:33

Magda Chambriard, presidente da Petrobras Foto: Agência Brasil

A Petrobras foi muito impactada pela alta do dólar no último trimestre do ano passado, que gerou gasto extra de R$ 27,487 bilhões em custos financeiros. Junto com o ajuste de dívidas tributárias com o fisco, isso causou um prejuízo contábil de R$ 17,044 bilhões no período. Segundo a Petrobras, sem os impactos, o lucro trimestral teria sido de R$ 17,700 bilhões. No 4º trimestre de 2023, a estatal tinha lucrado R$ 31,04 bilhões. No ano, o resultado também foi um lucro bem reduzido, de R$ 36,606 bilhões, com queda de 70,6% frente aos R$ 124,606 bilhões de 2023. Segundo a Petrobras, sem os impactos deste ano, o lucro anual seria de R$ 102,955 bilhões e o de 2023 ajustado seria de R$ 128,220 bilhões.

As despesas operacionais da estatal registraram o recorde de R$ 43,081 bilhões, com aumento de 115% sobre o 3º trimestre. No ano, as despesas operacionais somaram R$ 105,794 bilhões, com crescimento de 33,7% sobre 2023.

Em 2024, os investimentos totalizaram US$ 16,6 bilhões, representando um aumento de 31% em relação ao ano de 2023, em decorrência, principalmente, no 4º trimestre, quando foram investidos US$ 5,7 bilhões, 29% acima do 3º trimestre, devido aos maiores dispêndios em grandes projetos do pré-sal, em especial nos novos sistemas de produção do campo de Búzios de maiores gastos em grandes projetos do pré-sal, em especial nos novos sistemas de produção do campo de Búzios e na revitalização do Campo de Marlim.

Endividamento

Em 31/12/2024, a dívida bruta alcançou US$ 60,3 bilhões, uma queda de 3,8% em comparação com 31/12/2023. O prazo médio da dívida aumentou de 11,38 anos, em 31/12/2023, para 12,52 anos, em 31/12/2024, e o custo médio variou de 6,4% a.a., para 6,8% a.a. no mesmo período. A relação dívida bruta/EBITDA ajustado foi de 1,49x em 31/12/2024, em comparação com 1,19x em 31/12/2023. Em 31/12/2024, a dívida líquida atingiu US$ 52,2 bilhões, um aumento de 16,9% em comparação com 31/12/2023.

Resultados operacionais

Em 2024, o lucro bruto de Exploração e Produção foi de R$ 191,4 bilhões, uma redução de 3% em comparação a 2023, decorrente, principalmente, da queda na cotação do Brent e da menor produção. Ainda assim, atingimos o compromisso de produção de óleo estabelecido no Plano Estratégico 2024-2028+, considerando o intervalo de +- 4%. O lucro operacional no ano foi de R$ 147,7 bilhões, 13% menor em relação a 2023, devido, principalmente, à maior despesa com provisão de descomissionamento de campos em processo de devolução e despesas tributárias registradas no 2º trimestre, além da menor receita com desinvestimentos

A receita com vendas em Refino, Transporte e Comercialização atingiu R$ 457,774 bilhões teve queda de 3,5% sobre 2023. No 4º trimestre, a receita caiu 10,2% em relação ao mesmo período de 023, somando R$ 112,376 bilhões. Segundo a Petrobras, o resultado operacional em 2024 (R$ 16,592 bilhões) foi 35,33% menor que em 2023, reflexo da redução do lucro bruto, parcialmente compensado por menores despesas operacionais, principalmente, menores despesas com vendas em função do menor volume.

 

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