ECONOMIA

CNI: Alta dos juros prejudica ritmo de crescimento da economia

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Por ECONOMIA JB com Agência Estado
redacao@jb.com.br

Publicado em 20/03/2025 às 07:27

Alterado em 20/03/2025 às 12:51

Ricardo Alban é o presidente da CNI Foto: divulgação

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a alta de mais um ponto porcentual da taxa de juros Selic, anunciada há pouco pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, prejudica o ritmo de crescimento da economia e não é necessária para controlar a inflação. O Copom decidiu nesta quarta-feira, 19, elevar a Selic para 14,25% ao ano, o maior patamar desde 2016.

"O nível atual da Selic, que implica taxa de juros real de 8,5% a.a. (3,5 p.p. acima da taxa neutra estimada pelo Banco Central), já tem impactado fortemente a economia, que apresenta desaceleração mais aguda do que a prevista, tanto pela CNI, como por diversos analistas econômicos. Essa desaceleração intensa da economia já seria suficiente para controlar a inflação", avalia o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Para a entidade, a perda de fôlego econômico já influencia as expectativas em torno da inflação. Além disso, destaca, "o aperto monetário em curso já se traduz em aumento efetivo da taxa de juros dos tomadores de crédito". Juros mais altos, ressalta a CNI, significam crédito mais caro.

Fiemg: Política de juros altos vai encolher indústria nacional

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) fez um alerta nesta quarta-feira, 19, após anúncio da decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 14,25%, para os impactos negativos dos juros elevados. "A elevação da Selic a níveis tão altos tende a restringir os investimentos produtivos, aumentar os custos de produção e reduzir a competitividade da indústria brasileira e mineira", afirma o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.

Para a entidade, a alta dos juros tende a desacelerar ainda mais a atividade econômica, com reflexos na geração de empregos e renda das famílias. Além disso, destaca que a taxa de juros em patamar tão elevado aumenta o custo financeiro das empresas, que enfrentam despesas maiores com empréstimos e capital de giro, encarecendo os produtos finais, o que pressiona a inflação.

"É essencial implementar medidas que não apenas mantenham a inflação sob controle, mas
também contenham os gastos públicos, preservem o ambiente de negócios, estimulem
investimentos produtivos e promovam o crescimento econômico de maneira sustentável", defende o presidente da Fiemg.

 

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