Primeiro laboratório para testes de componentes de carros elétricos tem um investimento de R$ 20 milhões
Procurando melhorias nos veículos elétricos, assim como aumentar a segurança para os usuários, vários projetos estão sendo desenvolvidos atualmente
Estar seguro ao usar um veículo elétrico é muito importante, e vai muito além de fazer a simulação do seguro para o carro, contratar e pronto. Também é preciso que o motorista e os passageiros estejam confortáveis, reduzir o máximo possível os riscos de acidentes, facilitar o acesso para pessoas que possuem mobilidade reduzida, etc.
Nesse quesito os veículos elétricos estão muito bem posicionados, pois todas as tecnologias que possuem são pensadas para o maior benefício dos usuários. Porém, ainda há margem para melhorias. Por isso, empresas e outras instituições estão avaliando novas opções para trazer mais segurança para os usuários deste tipo de automóveis, que vão além do conforto.
Projetos estão sendo desenvolvidos
Considerando que utilizar um veículo elétrico, além de muitas vantagens, também implica alguns riscos, principalmente relacionados ao uso das baterias. É preciso cumprir com determinados padrões de qualidade para poder garantir ao usuário segurança durante seu tempo de uso e, depois, ter boas práticas de descarte e reciclagem.
Não basta com que os brasileiros aceitem os carros elétricos, também é preciso que exista uma estrutura adequada para o uso destes veículos. Não só os postos para carregar, mas também o desenvolvimento de novos conhecimentos e metodologias que permitam o ótimo aproveitamento destas tecnologias em matéria de mobilidade elétrica.
Neste sentido, até o final deste ano se espera a inauguração do E-mobility na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Este será o primeiro laboratório do país a realizar ensaios em componentes vinculados aos automóveis elétricos.
O E-mobility surge da cooperação do complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica, Calibração e Ensaios (Labelo) da PUC-RS, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e do grupo de certificação de produtos PCN, da Coreia do Sul.
A iniciativa destas instituições, que conta com um investimento inicial de R$ 20 milhões, terá equipamentos específicos para procurar melhorias para as baterias e as estações de recarga e assim garantir maior segurança e melhor desempenho destas partes do veículo.
Também é importante pensar na relação entre o usuário e o veículo, como os carros elétricos tem suas particularidades, é lógico imaginar que algumas situações podem ser diferentes ao uso de veículos movidos por combustão.
Levando em conta isto, a Ford junto com a Universidade de Dortmund (Alemanha) está desenvolvendo um robô para facilitar a recarga dos veículos sem que o usuário precise usar suas mãos. Esta tecnologia será fundamental para pessoas que têm sua mobilidade reduzida.
Este robô, que com seu braço mecânico estende o conector elétrico em direção à tomada do veículo, poderia ser instalado tanto em vagas de estacionamentos para deficientes como também nos próprios domicílios, e assim permitiria que qualquer pessoa possa ter um carro elétrico e, além disso, que tenha segurança na hora de conectar a bateria na rede elétrica.
Outro tipo de segurança que deve ser levada em conta ao pensar em veículos elétricos, equipados com tantas tecnologias é a cibersegurança. Com o avanço da tecnologia, mais itens eletrônicos os veículos terão ao serviço do usuário. Isso tem seu lado positivo, porém também implica alguns riscos.
Quanto mais tecnologias forem usadas, maior será a atenção que as fabricantes deverão ter para evitar erros que possam ser aproveitados por hackers e que coloquem o usuário em risco. Para evitar que essas possíveis falhas causem problemas, será necessário que o usuário faça atualizações periodicamente no sistema e que os veículos possuam bons mecanismos de cibersegurança.
Atualmente, nos Estados Unidos e na Europa já se encontram padrões desenvolvidos pelo Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) para oferecer proteção como a assinatura digital das mensagens. Esta tecnologia poderá impedir rastreamentos, sempre que o identificador que o automóvel utiliza para entrar em contato com a rede seja trocado a cada certo período de tempo.
Para o brasileiro também é importante a segurança física que o automóvel oferece. Com os níveis de roubos e furtos aumentando, muitos veem na blindagem do veículo uma boa alternativa para ter maior segurança. Porém, quando falamos de veículos elétricos, a blindagem não é a tradicional, requer materiais e formas diferentes, praticamente termina sendo um serviço exclusivo para cada veículo.
Isto ocorre pelo fato de que os motores ou unidades geradoras de força dos carros elétricos, assim como dos modelos híbridos, se encontram distribuídas em diferentes partes do automóvel, assim como as baterias que armazenam a energia. Com isso, há mais cabos e chicotes elétricos que devem ser levados em conta no momento de fazer a blindagem.
Além disso, este tipo de veículos requer um processo diferente, pois não podem se submeter a processos que causem descargas elétricas como soldas, por exemplo, e devem ser manipulados de forma que estejam isolados do solo.
Outro ponto diferente é que a blindagem não é feita de aço, pois cuidar o peso total do veículo é muito importante. Em geral, é usado a aramida, que é um material que oferece a mesma proteção que o aço, porém é mais leve e também resistente ao calor.
A blindagem de veículos elétricos, mesmo tendo tantas diferenças, é um serviço que cresce na mesma medida em que cresce a comercialização deste tipo de veículos.